As competições de jogos eletrônicos não são tão novas quanto podemos pensar. Ao que se sabe, a primeira competição de eSports ocorreu em 1972, na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, quando um grupo de estudantes criou as Olimpíadas Intergaláticas de Spacewar, tendo como premiação para o vencedor um ano de assinatura da revista Rolling Stone.
Quase uma década depois, em 1980, a Atari organizou o Space Invaders Championship, que é tido como o primeiro torneio em larga escala dos esportes eletrônicos, contando com cerca de 10 mil participantes.
A partir de então, foi se tornando cada vez mais comum a criação de campeonatos envolvendo os mais diferentes tipos de jogos eletrônicos e cada vez mais pessoas que dedicam boa parte do seu tempo para se tornarem jogadores profissionais foram aparecendo.
Se no primeiro torneio a recompensa para o vencedor era somente a assinatura de uma revista, nos dias de hoje a prática é vista como uma profissão de sucesso, em é possível ganhar a vida sendo um jogador profissional de videogames, como é o caso de Tfue, que em 2019 anunciou uma pausa nos streamings.
Na verdade, ser um jogador profissional se tornou o sonho de muitos jovens, já que esses pro-players conquistam a glória ao ganhar torneios de grande prestígio, que já contam com audiências semelhantes às dos esportes tradicionais.
Um exemplo disso foi o Campeonato Mundial de League of Legends de 2016, que teve 14,7 milhões de telespectadores simultâneos. Assim como as modalidades esportivas “comuns”, os atletas de esportes eletrônicos contam com uma legião de fãs, que além de serem torcedores assíduos, costumam dar palpites nas partidas dos campeonatos.
A categoria está crescendo tanto nos últimos anos que vem ganhando plataformas dedicadas inteiramente a esses esportes virtuais. Enquanto a Twitch, o Facebook Gaming e o YouTube Gaming estão entre as mais usadas para assistir às transmissões dos torneios, a Betway focou no segmento de apostas em e-Sports, um mercado que já movimenta mais de R$ 4 bilhões por ano no Brasil.
Por meio dessa plataforma, é possível fazer apostas em inúmeros esportes eletrônicos, incluindo CS:GO e League of Legends, e verificar o favoritismo das equipes por meio das projeções disponibilizadas.
Até mesmo o Globo Esporte, canal esportivo da Rede Globo, criou uma seção online apenas para trazer notícias de eSports, tamanho é o sucesso do setor. De olho no grande apelo que a modalidade tem, a indústria cinematográfica também vem pegando carona nesse sucesso ao produzir filmes.
Um exemplo disso é o longa que a Ubisoft está desenvolvendo sobre um time de eSports formado por idosos e até mesmo documentários que estão sendo lançados com o intuito de retratar como é a realidade dentro dos esportes eletrônicos. Separamos alguns desses documentários para que os fãs dos eSports deem uma conferida.
1. Free to Play
Os pro-players, assim como os atletas de esportes tradicionais, podem disputar torneios com altas premiações e que são transmitidos para todo o mundo.
O primeiro Campeonato Internacional de DOTA 2, realizado em 2011, deixou o mundo de queixo caído ao ter como prêmio a quantia de US$ 1,6 milhão. Porém, mal sabíamos na época que essa quantia seria irrisória se comparada à das premiações atuais. Na edição desse mesmo torneio, em 2019, o valor distribuído em prêmios alcançou a marca dos US$ 34 milhões, algo que pode ser considerado, no mínimo, impressionante.
Em 2014, a Valve, mesma desenvolvedora do DOTA 2, produziu o documentário Free to Play, mostrando a vida de três jogadores profissionais do game que iriam participar do campeonato mundial naquele ano. A trama gira em torno dos atletas, como o compromisso com o DOTA 2 afetou suas vidas e de seus familiares, e a forma como eles sacrificam tudo para estar no topo dos eSports.
2. Team Liquid – Breaking Point
A Team Liquid é uma das equipes mais conhecidas e bem-sucedidas do cenário mundial de eSports, tanto que recentemente contratou a campeã da WNBA como criadora de conteúdo. Para honrar tanto sucesso, o documentário Breaking Point foca nos bastidores da temporada 2016 da equipe de League of Legends, quando alguns jogadores saíram das “divisões de base” da Team Liquid para a equipe principal.
Um deles foi Daroch, que foi afastado do time por insubordinação — a partir daí surgem diversos rumores, entre eles os desafetos do jogador com o técnico do time, Locodoco. Basicamente, Breaking Point demonstra tudo o que acontece atrás das cortinas, desde as rotinas de treino, as reuniões e o pós-jogo.
3. Live/Play Miniseries
A série gira em torno de League of Legends, porém não foca somente nos grandes eventos do jogo, mas mostra, principalmente, a grande variedade de pessoas que jogam LoL e como elas se dedicam a este game.
A produção traz uma perspectiva que mostra como o game age na vida das pessoas, dando até força para elas enfrentarem o dia-dia, e como a comunidade ligada aos jogos é importante para os membros que as compõem — sendo um exemplo a comunidade de Minecraft que recriou o planeta Terra in-game. Essa é uma série que merece uma chance, pois traz uma visão bastante comovente sobre o LoL.
Por várias décadas, o Brasil foi conhecido como o país do futebol, mas como pudemos ver, os jogos eletrônicos vêm ganhando grande atenção em nossos corações e mentes. Esses documentários demonstram como essa categoria é boa em associar a competitividade com a diversão e nos ensinam que os eSports vão além do jogo, formando verdadeiras comunidades.