Chegando como um novo passo para a franquia, Digimon Story Time Stranger traz a proposta de misturar seres humanos, com os amados Digimons, em um mundo de caos e mistério. Durante esta análise, sem spoilers da história, vamos comentar sobre diversos aspectos, tanto de gameplay, quanto elementos técnicos.
Índice da review de Digimon Story Time Stranger
Digimon Story Time Stranger e seu desempenho no PlayStation 5
Para os testes, usei meu PlayStation 5, onde, o jogo é executado em uma resolução alta, visto que roda em 4K nativo, sem upscale a partir de uma resolução mais baixa, o que resulta em visuais bonitos e com quase nada de serrilhado. Exibindo as imagens, há o monitor LG Ultragear 2K com HDR10 – guarde este recurso! – e taxa de atualização de 144 Hz – guarde esse recurso, também!, ligados pelo HDMI do PS5.

Quando comentamos sobre o desempenho em si, DSTS roda bem fluido na maior parte do tempo, mesmo quando tem uma luta insana acontecendo na tela, porém… roda bem fluido a 30 quadros por segundo… e não, até o momento, não há uma opção de 60 FPS nos consoles, somente nos computadores, que pode passar deste limite.
Por se tratar de um RPG de turnos, ter ou não os 60 quadros por segundo, não é algo que atrapalhe diretamente a gameplay, mas claro, quanto mais próximo de 60FPS, mais imersivo a experiência fica. Essa taxa de quadros permanece constante em boa parte do tempo, porém, em cenas com muitos NPCs, como no Centro da Cidade de Tóquio, você vê o jogo engasgando, e chega a incomodar um pouquinho, pois cai para aproximadamente 25 ~ 27 FPS, mas logo retorna.
Em cenas posteriores, fica engasgando bem mais, e por ser travado 30 FPS você sente mais essas quedas do que se estivesse rodando a 60 e caísse para 50 quadros por exemplo. Não há opções gráficas relacionadas à modos de Desempenho ou Qualidade, apenas um, que seria equivalente ao Qualidade, e também, não há Ray Tracing.

4K, 30FPS e sem HDR
Um detalhe que pode chamar a atenção é a ausência de suporte a HDR. Embora isso não prejudique a experiência de quem joga em telas sem esse recurso, o brilho e o contraste acabam sendo mais limitados em comparação com títulos que oferecem a tecnologia.
Nos testes realizados em um monitor com suporte a HDR, a ausência do recurso ficou perceptível. Não se trata de deixar o jogo necessariamente mais bonito ou feio, mas o HDR, quando bem aplicado, realmente faz diferença. Por isso, em um título lançado em 2025, a falta desse suporte acaba sendo um ponto questionável.
Nem para versão de computadores o HDR é suportado, o que nos faz pensar qual foi o motivo desta estratégia tomada pela Bandai Namco. Mas como eu disse, não é algo que vai deixar o jogo mais feio.

Gráficos e ambientação
Os gráficos do Digimon Story Time Stranger estão simplesmente lindos dentro da proposta. Assim como EVERYBODY’S GOLF HOT SHOTS, que fiz review recentemente, não busca entregar os gráficos mais realistas do mundo, mas para a sua proposta, de ser um literal anime jogável, está maravilhoso, ainda mais nas lutas, com diversos elementos gráficos.
Isso se aplica para a vegetação no cenário e detalhamento nas cidades, mas principalmente no centro da cidade, onde tudo possui vida, nada é vazio, você nota que dentro das lojas, mesmo não sendo entráveis, há NPCs fazendo compras, comendo um lanche, ou vendendo coisas na rua, é incrível.
A ambientação do jogo é perfeita, cidades e ambientes ricos em detalhes, e com diversos NPCs, assim como comentado no parágrafo acima, e mesmo que sofra com alguns engasgos, é bonito de se ver. Até os becos, praças e locais como a Estação de Metrô, é bem rica em detalhes, e a maioria dos locais são interativos, e apresentam algum diálogo.

No entanto, um detalhe precisa ser comentado… ao mesmo tempo que há texturas bonitas, bem trabalhadas, você percebe que há texturas borradas, sendo perceptível de longe. Algumas, acabam combinando com o visual, pois aparentam estar com algum efeito de blur / desfoque, ou um efeito de profundidade de campo, assim como no GTA 5 por exemplo.
Porém, em outros locais, você nota que Digimon Story Time Stranger possui diversas texturas em uma resolução bem mais baixa em relação a todo seu redor… são texturas de pôsteres, propagandas, e elementos de fachadas de lojas, que acabam se destacando de maneira negativa.
Veja abaixo um exemplo:

Note a placa de entrada – “100 yen uniform shop” – ela está em baixíssima resolução em relação ao restante, isso que não estou forçando a câmera para ficar perto do objeto, pois nem encostado totalmente estou. Este é só um exemplo destas texturas destoantes, não estraga a gameplay, mas é necessário comentar.
Trilha Sonora
A trilha sonora de Digimon Story Time Stranger é realmente boa, mesmo que logo no início, eu tenha achado que há um momento em que alguns efeitos sonoros podem soar estranhos. O restante das composições é bastante consistente, com músicas que remetem diretamente tanto ao feeling anime quanto aos jogos anteriores da franquia.
As faixas mais calmas acompanham perfeitamente a exploração de cenários e interações mais tranquilas, criando um clima acolhedor. Já nos momentos de combate e ação, a trilha ganha intensidade, com batidas mais rápidas e arranjos mais vibrantes que ajudam a elevar a tensão da batalha.
Essa transição dinâmica entre sons suaves e músicas mais enérgicas cria uma atmosfera equilibrada, dando ao jogador a sensação de estar sempre imerso no mundo digital.

Gameplay, combate e seus recursos
Este pode ser provavelmente o maior tópico desta análise, e o mesmo ainda será repartido em alguns sub-tópicos. A gameplay de Digimon Story Time Stranger é insanamente boa, sendo tudo de melhor em um RPG de turno, superando os títulos anteriores da franquia.
Nós como agentes, seja masculino (segui com essa escolha) ou feminino, trabalhamos para a ADAMAS – Departamento de Investigação Especial de Fenômenos Anômalos – e seguimos desvendando um mistério que sonda a cidade de Tóquio, principalmente quando os seres de “elétrons fasais” aparecerem, ou como conhecemos Digimons.
A história já começa em um ápice de adrenalina, mergulhando o jogador em uma Tóquio completamente devastada pelo caos. Logo depois, é revelado que esses eventos ocorreram em uma linha temporal diferente, o que abre espaço para novas descobertas e mistérios. Ao longo da jornada, você passa a buscar conexões com o dia em que presenciou o fim do mundo com seus próprios olhos, um colapso causado pelos Titãs que atravessaram para o plano real.

Digimon Story Time Stranger mistura complexidade e acessibilidade de uma maneira exemplar: embora a gameplay traga sistemas profundos e detalhados, o jogo guia o jogador passo a passo, especialmente nas telas de cada Digimon. Essas interfaces são ricas em informações e podem parecer intimidadoras à primeira vista, mas são organizadas de maneira prática, tornando fácil controlar status, evoluções e habilidades.
No controle central da experiência está o DigiVice, uma espécie de “smartphone” do jogo que concentra as principais funções. Pelo DigiVice você acessa a DigiLinha, um aplicativo de mensagens que resume diálogos recentes e exibe recados de Digimons que não estão no seu grupo ativo, além de gerenciar configurações, ver as Habilidades de Agente e trocar equipamentos e roupas dos personagens.
A personalização inclui opções cosméticas variadas, incluindo camisetas e trajes especiais com referências diretas à cultura gamer da Bandai e à própria franquia, como roupas inspiradas em Digimon Adventure, uma camisa do Tekken 8 ou até mesmo do Pac-Man.

Quando falei que as telas do Digimon Story Time Stranger são complexas, detalhadas e intimidadoras a uma primeira visão, não fui hiperbólico, já que ao notar uma tela com muito texto, parece que vai ser impossível de entender, mas aqui é o contrário. As telas de habilidades para cada Digimon, ou até mesmo a tela de Digievolução, e de Conversão, onde você pode “adquirir” um novo parceiro a partir de um encontro prévio, são fáceis de aprender.
Você consegue acompanhar o status do seu Digimon com precisão, ver seu nível de força, pontos de saúde e pontos de habilidades para realizar ataques mágicos durante os combates, que são verdadeiros espetáculos visuais, sendo praticamente uma cena do anime no seu console ou PC; além disso, pode equipar ou desequipar habilidades, que são adquiridas através de compras, como a loja do Gwappamon, ou nos comerciantes em Tóquio, e também, podem ser obtidas em tesouros espalhados no mapa.
As habilidades vão além de um simples golpe mais forte, são grandes auxiliadores nos combates, já que um único Digimon, como o Agumon, ou Gabumon, podem carregar mais de uma habilidade mágica, sendo ela do mesmo elemento ou não, ou seja, seja de fogo, ou seja de água, seu Digimon é capaz de aprender.

Além de Digievoluir seu Digimon, se desejar, pode fazer o processo inverso, e realizar a De-digevolução, onde seu companheiro retornará para sua forma inicial, e também irá perder seus incrementos recebidos com o novo poder. O jogo, por meio de seu Digivice, te avisará quando um Digimon pode ir para sua forma mais poderosa, então, sempre ficará atualizado, evitando que fique preso em uma batalha.
Falando nas batalhas, o combate de Digimon Story Time Stranger é incrível e cheio de recursos. Você pode se defender, correr de seu inimigo, dando um tempo de invencibilidade até que ele te veja novamente e o turno comece novamente, fazer um ataque mais simples, utilizar um item, seja de cura ou de aumento de habilidades, ou utilizar uma habilidade mágica e ver todo um espetáculo gráfico.
Caso só queira ir passando por cima de tudo, como um rolo-compressor, se seu Digimon for forte o bastante, nem em turno precisa entrar, já que é só utilizar o DigiAtaque, que seu inimigo é nocauteado instantaneamente, e poderá seguir sua viagem.

Ainda sobre as batalhas, um recurso muito interessante aqui são as Artes Cruzadas, onde você pode combinar o poder de seus Digimons, seja para aumentar o nível de cada atributo, ou realizar um ataque poderoso e efetivo. Ao completar a barra ao redor do botão de Atacar, o jogo te avisará que já pode combinar o poder de seus companheiros e convidados, a fim de destruir tudo.
As Artes Cruzadas também podem ser alteradas no seu DigiVice, onde selecionará a melhor para seu uso, ou uma específica para uma batalha que está difícil de vencer, mas mesmo que perca, Digimon Story Time Stranger salva seu progresso para continuar novamente de onde parou.
Digimons e humanos em um só mundo
A proposta de Digimon Story Time Stranger é ousada e muito bem executada: integrar os chamados “seres de elétrons fasais” ao mundo humano, criando um ponto de colisão entre realidades que desencadeia uma série de eventos inesperados. Essa fusão entre dimensões é a base dessa narrativa e, embora no início algumas ideias pareçam confusas ou até enigmáticas demais, tudo vai ganhando forma conforme você avança.

Os Digimons não são apenas criaturas digitais poderosas: eles possuem sentimentos e personalidades que se desenvolvem a partir da forma como interagimos com eles. Nossas respostas durante diálogos influenciam diretamente esse vínculo, moldando a essência de cada parceiro. Por exemplo, quando Agumon faz uma pergunta e recebemos a oportunidade de responder, e uma escolha mais calorosa e convincente pode direcionar sua personalidade para traços como “Amigável” ou “Filantropia”.
Por outro lado, respostas frias, ríspidas ou sem emoção impactam negativamente a relação, alterando tanto o humor quanto o comportamento do Digimon, e nem sempre de maneira agradável. Esse sistema não é apenas estético ou narrativo, ele tem consequências reais dentro de Digimon Story Time Stranger.
As Habilidades de Agente estão diretamente ligados ao desbloqueio de novas habilidades e melhorias de status. Um Digimon mais amigável, por exemplo, pode ganhar aumento de pontos de vida, ou maior poder de ataque. Isso cria uma camada estratégica interessante, onde não apenas treinamos e batalhamos, mas também cultivamos laços emocionais que impactam no desempenho em combate.

Falando na ligação entre os mundos, Digimon Story Time Stranger nos transporta para o Mundo Digital, e é aqui que a experiência realmente atinge outro nível. Esse momento é o coração do jogo, onde a atmosfera se transforma e a magia da franquia se revela em sua forma mais pura.
Estar cercado por tantos Digimons em um só lugar, com a possibilidade de interagir diretamente com eles, é algo simplesmente emocionante, e me lembrou de quando eu era criança, em frente à TV, sonhando em ter um Digimon pra mim.
O que impressiona é que, mesmo com a densidade de criaturas e detalhes no cenário, mesmo em menor escala, Digimon Story Time Stranger mantém um desempenho sólido de 30 quadros por segundo, com quedas raríssimas. Curiosamente, essa performance se mostra até mais estável do que em algumas áreas da própria cidade de Tóquio, que conforme comentado no primeiro tópico, cai para menos de 30 frames.

Ainda dentro da proposta de explorar diferentes dimensões, Digimon Story Time Stranger apresenta também uma espécie de “terceiro mundo”, conhecido como Digifazenda. Esse espaço funciona como um refúgio e campo de treinamento, onde você pode enviar seus Digimons para se fortalecerem, adquirindo novas habilidades e atributos com o tempo.
Mas a Digifazenda vai além de ser apenas um recurso visual. O jogador tem a possibilidade de personalizar o terreno, adicionando áreas de terra, estruturas e outros elementos que influenciam diretamente na forma como seus Digimons treinam e evoluem.
Minigame de cartas
Uma mecânica secundária que adiciona variedade à experiência é o minigame de cartas. Ao longo da sua jornada, você vai conquistando novas cartas conforme avança na história, cada uma representando diferentes Digimons e seus elementos característicos. Essas cartas podem ser utilizadas em duelos, seja contra NPCs espalhados por Tóquio ou até mesmo contra Digimons em Ilíada, o Mundo Digital.
O funcionamento é simples: vence quem apresentar uma carta com maior valor ou poder. No entanto, o sistema vai além de números fixos. O comportamento dos elementos de cada Digimon influencia diretamente o resultado das batalhas. Isso significa que, em determinadas situações, até uma carta de valor aparentemente baixo, como 2, pode superar uma carta de valor 4, dependendo da vantagem elemental e da sinergia do combate.
São recursos simples, mas que dão um charme a mais para o jogo.

Localização e idiomas
Recentemente fizemos a análise de EVERYBODY’S GOLF HOT SHOTS, que marca o grande retorno desta franquia, que se iniciou no PlayStation 1, também da Bandai Namco, que possuía somente Inglês e Francês, tanto pro áudio, quanto para as legendas e textos na tela, e DSTS brilha aqui também.
Além das falas contarem com Japonês, para uma experiência mais imersiva, e Inglês para uma melhor compreensão, há a localização para Português Brasileiro, com diversas expressões que usamos no dia-a-dia, e isso é muito bom, pois aproxima o universo de Digimon com nosso cotidiano.
Os idiomas para as legendas não se restringem somente ao Português Brasileiro, a lista é grande, e conta com Inglês, Francês, Alemão, Italiano, Espanhol Latino Americano e muitos outros, um belo trabalho de localização e adaptação, fazendo com que a compreensão da história atinja a todos.

Parecer final, nota e visão geral de Digimon Story Time Stranger
Digimon Story Time Stranger chega repleto de novidades, introduzindo diversas mecânicas inéditas e um gameplay rico em recursos que elevam a experiência a outro nível. Cada detalhe foi pensado para capturar a essência do anime, transportando o jogador para um universo vivo e em constante movimento e mudanças, mesmo que apontem para um caos iminente.
Essa combinação de sistemas complexos e eficientes, aliados à narrativa envolvente, faz com que a imersão atinja um patamar impressionante, recriando de forma magistral a magia que marcou gerações de fãs da franquia, e satisfazendo o desejo destes por um novo e grandioso título.
Ter a opção de escolher seu agente misterioso e ir acompanhando uma história envolta de um mistério, e a ciclagem de períodos, torna Digimon Story Time Stranger um dos melhores jogos desta franquia.

Com todos estes detalhes, mundo vivo com diversos NPCs, mesmo que nem todos sejam detalhados como nosso agente, chegamos na nota para Digimon Story Time Stranger: presenteio este novo título com um belo 9: A mistura de Digimons e humanos, em um mundo digital, eleva a magia e imersão deste jogo!
Em termos de gameplay, gráficos, enredo, Digimons, já que são mais de 450 bichinhos, é um acerto atrás do outro. Porém, quando olhamos para os elementos técnicos, DSTS acaba deixando um ponto para trás.
Este é um título de 2025 que está saindo sem suporte ao HDR e 60 quadros por segundo, e mesmo com um foco em 30 quadros, e gráficos que não são realistas, apresentar um desempenho flutuante em algumas cenas, é um ponto a se discutir.

Mas e aí, vale a pena jogar? Sem dúvidas! Digimon Story Time Stranger é uma experiência que mistura narrativa, gameplay, e um cuidado impressionante com os detalhes. O jogo não apenas honra o legado do anime, como também entrega novidades que prendem o jogador do início ao fim.
Se você tiver a oportunidade, mergulhe sem pensar duas vezes, é uma jornada que vai marcar tanto fãs antigos quanto novos jogadores.
Agradecemos imensamente ao pessoal da TheoGames e da Bandai Namco pelo envio da key para a elaboração desta análise!
Confira também: Review de EVERYBODY’S GOLF HOT SHOTS: O retorno desta franquia, mas com alguns poréns
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