A Brasil Game Show 2025 (BGS 2025) aconteceu neste mês em um novo endereço, o Distrito Anhembi, e, apesar da empolgação inicial, deixou muitos fãs desapontados. Com um espaço visivelmente menor, filas intermináveis e problemas de organização, o evento dividiu opiniões. Ainda assim, manteve o espírito que faz da BGS um dos encontros mais queridos pelos gamers brasileiros.
Um evento menor, mas com o mesmo público, e o dobro do aperto

Desde 2010, a BGS tem sido o principal ponto de encontro da comunidade gamer no Brasil. Porém, em 2025, a mudança do Expo Center Norte para o Distrito Anhembi trouxe um impacto significativo: menos espaço, estandes reduzidos e áreas de circulação apertadas.
Muitos frequentadores esperavam que, com um local menor, o público também fosse reduzido. Mas o oposto aconteceu. As filas dominaram o evento, fila para comer, fila para banheiro, fila para brinde e até para andar pelo local era preciso paciência.
As grandes marcas também marcaram ausência: PlayStation teve apenas um pequeno espaço para fotos de Ghost of Yōtei; Xbox, Twitch, TikTok e YouTube Gaming não compareceram. A presença mais marcante foi da Nintendo e SEGA com Sonic Racing Crossworlds, com estandes bonitos e bem montados, mas isolados em meio a um evento que parecia menor em todos os sentidos.
O brilho apagado das grandes marcas e a força da comunidade

Comparado a edições anteriores, como 2019, quando havia nomes de peso como HyperX, Redragon e YouTube Gaming, a BGS 2025 mostrou um encolhimento preocupante.
Com o crescimento de outros eventos como a CCXP e a recém-chegada Gamescom Latam, muitas empresas parecem estar redistribuindo seus investimentos.
A área indie, antes um dos destaques da feira, também sofreu: ficou minúscula, com poucos jogos e visibilidade quase nula. A área da imprensa virou um “cubículo” no meio do evento, e até o tradicional campeonato de cosplay sofreu com atrasos e falta de estrutura.
Mas se a organização vacilou, o público manteve viva a chama da BGS. Os cosplayers, criadores de conteúdo e até os furries, que marcaram presença em peso este ano, ajudaram a salvar a experiência. Como muitos visitantes afirmam: “a BGS não é sobre brindes, é sobre as pessoas”.
Polêmicas e desorganização: o caso Kojima e o caos das pulseiras

Um dos momentos mais comentados foi a confusão envolvendo Hideo Kojima, convidado especial do evento.
Foram distribuídas apenas 200 pulseiras para o meet & greet, ainda de madrugada, e grande parte delas teria ido para convidados e influenciadores. Muitos fãs que viajaram de outros estados ficaram de fora, e alguns relatos indicam até pulseiras falsificadas e revendas.
Nas redes sociais, o caso virou um símbolo da desorganização geral. “É inacreditável um evento desse porte não ter controle básico”, “A BGS perdeu o rumo.”
Internet cara, estandes caríssimos e prêmios minguados

Além da falta de estrutura, outro ponto criticado foi o custo absurdo para expositores. Segundo relatos, a internet custava R$ 11 mil por apenas 10 MB de conexão, e montar um pequeno estande indie chegava a R$ 5 mil, sem contar equipamentos. Enquanto isso, os brindes caíram de qualidade: mochilas e acessórios deram lugar a simples bottons e broches.
Tudo isso reforça a sensação de que a BGS precisa se reinventar, e rápido, para não seguir o mesmo caminho da E3, que perdeu relevância e acabou extinta.
Ainda há esperança: o coração da BGS ainda bate

Apesar de todos os problemas, o evento ainda tem algo que o diferencia: o sentimento de comunidade. Para muitos, inclusive o autor desta matéria Guilherme Bravo, a BGS é um reencontro anual com amigos, cosplayers e criadores que amam o mesmo universo.
Mesmo decepcionado, demonstro aqui um sentimento especial esse ano:
“Esse ano foi especial porque finalmente conheci um amigo de Portugal, depois de quase dez anos falando só pela internet. Só por isso, a BGS valeu a pena.”
Mas o alerta está dado. Se a Brasil Game Show quiser continuar relevante, precisa ouvir seu público, repensar sua estrutura e, quem sabe, voltar para casa, no Expo Center Norte, onde o evento nasceu e cresceu.
Conclusão: a alma permanece, mas o corpo enfraqueceu

A BGS 2025 mostrou que ainda há amor do público, mas paciência tem limite.
Enquanto outros eventos crescem, a feira precisa decidir se quer continuar sendo o coração dos gamers brasileiros, ou se vai se perder em filas, caos e nostalgia.
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