Yoshiki Okamoto, uma verdadeira lenda da Capcom e figura respeitada na indústria de games, resolveu dar sua opinião sobre a disputa legal entre Palworld e Nintendo e, bem, o tiro saiu pela culatra. O executivo, que agora preside a Japan Game Culture Foundation, usou termos fortes para criticar o jogo da Pocketpair, chegando a pedir que os jogadores parem de comprar o título. A declaração não caiu nada bem com a comunidade gamer.
“Um jogo que transcende as fronteiras da guerra”

Durante uma conversa sobre o caso de Palworld, Okamoto não poupou palavras pesadas. Segundo ele, Palworld é “um jogo que transcende as fronteiras da guerra” e “cruzou uma linha que não deveria ter sido cruzada”. O veterano, conhecido por trabalhos icônicos como Street Fighter 2, Final Fight, Resident Evil e o mobile Monster Strike, deixou claro que não aprova o pensamento de que “vendeu bem, então está OK” ou “foi divertido, então está OK”.
A fala mais polêmica? Okamoto chamou o jogo de “anti-[bip]”, termo censurado, mas que, segundo especulações, pode se referir a “força antissocial”, uma expressão pesada no Japão, geralmente usada para descrever organizações criminosas ou que operam nas margens da legalidade. Isso gerou uma onda de críticas imediatas.
“Se um acordo for alcançado com a Nintendo, então acho que [Palworld] se tornará um jogo oficialmente OK para jogar”, disse Okamoto. “No entanto, atualmente é um jogo sendo processado, então é inaceitável. Ao jogar o jogo, você está apoiando-o, então por favor não compre.”
A internet não perdoou

Os comentários explodiram nas redes sociais e no YouTube, onde o vídeo com as declarações foi publicado. A reação foi quase universalmente negativa. “Vou apoiar a Pocketpair. O que a Nintendo está fazendo é errado. Eles não inventaram lutas de monstros e a ideia de que um jogo completamente diferente com mecânicas similares não merece entrar no mercado é errada e ruim para os consumidores”, comentou um usuário.
Outro foi direto ao ponto: “Não é uma questão de direitos autorais, é abuso de patentes de uma empresa tentando monopolizar mecânicas que ela mesma não criou. Para um veterano da indústria, você parece ter esquecido suas raízes como desenvolvedor de jogos.”
A ironia não passou despercebida: o próprio Okamoto dirigiu Folklore em 2007, um jogo de coleta de monstros para PS3 que, embora com estética diferente, tinha mecânicas que lembravam Pokémon. Além disso, sua série Monster Strike também deve bastante ao conceito criado pela Nintendo. A hipocrisia não foi bem recebida.
O processo que divide opiniões; Palworld vs. Nintendo

Vale lembrar que o processo da Nintendo contra a Pocketpair gira em torno de três patentes concedidas à empresa japonesa. O caso tem gerado debates intensos sobre até onde pode ir à proteção de mecânicas de jogos. Recentemente, a Nintendo até mirou em um mod de Dark Souls 3 que poderia invalidar parte de sua argumentação legal.
Okamoto admitiu nunca ter jogado Palworld e não ter “nenhuma intenção” de fazê-lo. Sua preocupação é que, se a Pocketpair vencer, outras empresas possam se sentir encorajadas a copiar franquias valiosas, especialmente com o avanço da IA generativa.
Apesar das boas intenções, o Pal comeu solto. A comunidade gamer deixou claro; ninguém gosta de ser mandado sobre o que pode ou não jogar, muito menos por alguém que já se beneficiou de mecânicas “emprestadas” em seus próprios jogos.
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Fonte: PC Gamer