Enfrentando um processo na Califórnia referente ao fim das atividades do primeiro The Crew, a Ubisoft voltou a declarar que não vê nada de errado em ter fechado o jogo de corrida. Segundo a companhia, consumidores não devem esperar ter “propriedade irrestrita” dos games que compram.
O jogo The Crew de 2014 foi retirado do ar em março do ano passado, tornando-se impossível de jogar devido às sua necessidade de estar 100% online. Em novembro passado, um grupo de fãs do jogo entraram com uma ação coletiva contra o fechamento de The Crew, afirmando que os jogadores não sabiam que possuíam apenas uma licença para o jogo. Eis que a Ubisoft respondeu em fevereiro, em um documento divulgado.
A empresa justificou o fim do suporte ao jogo, que exige conexão constante à internet, citando limitações na infraestrutura de servidores e restrições de licenciamento após quase dez anos de operação. “Sabemos que isso pode decepcionar alguns fãs, mas é uma medida necessária”, declarou na época.

No entanto, as duas pessoas que entraram com um processo contra a empresa por causa do desligamento dos servidores do jogo The Crew, alegam que a Ubisoft violou leis de proteção ao consumidor do estado ao vender o que chamaram de “licença limitada” em vez de um produto completo. Eles apontam que a embalagem de The Crew sugeria a compra de um jogo funcional em discos ou arquivos digitais, quando, na verdade, esses itens serviam apenas como chaves para acessar servidores temporários.
Além disso, fotos da embalagem do jogo revelam que o código de ativação de The Crew não expira até 2099, o que eles afirmam ter sido como se a Ubisoft “implicasse que The Crew permaneceria jogável durante esse período e mais”. Como tal, eles acreditam que o período estatuado de limitações não expirou.
A Polygon teve acesso aos autos do processo e afirmou que os reclamantes estão processando a Ubisoft por propaganda enganosa, quebra da Lei de Concorrência Desleal e quebra da CLRA (uma lei estadual que é meio que uma versão bem reduzida do nosso Código de Defesa do Consumidor). Eles também sugerem que a desenvolvedora violou a lei estadual da Califórnia sobre cartões-presente, que não podem expirar.
A defesa da Ubisoft
A empresa busca o arquivamento do processo, afirmando que os consumidores não tinham base para esperar “direitos irrestritos” sobre um título online. A Ubisoft respondeu, em fevereiro de 2025, pedindo que o processo fosse arquivado, argumentando que os jogadores foram claramente informados, no momento da compra, de que estavam a adquirir uma licença limitada e não a propriedade ilimitada do jogo. A empresa afirmou que não houve qualquer erro e que os consumidores receberam exatamente o que lhes foi prometido. A Ubisoft tem até 29 de abril para responder formalmente.
Diante da repercussão negativa, a Ubisoft anunciou em setembro de 2023 planos para adicionar modos offline a The Crew 2 e The Crew: Motorfest. “Reconhecemos as preocupações dos jogadores e confirmamos que trabalhamos em soluções para garantir acesso prolongado a esses títulos”,

Vale mencionar, que essa questão ainda é meio que uma “área cinza” legal. Como alguns advogados explicaram para a IGN ano passado, a remoção desses conteúdos – inclusive de jogos inteiros – é algo que está embutido nos termos de vendas desses produtos e vale tanto para cópias digitais quanto físicas.
Mas, ao mesmo tempo, também há um certo esforço das desenvolvedoras em “esconder” essas informações no meio de um enorme texto cheio de “legalês” que nem mesmo um advogado consegue ler sem pegar no sono. E isto acontece porque não é do interesse da empresa deixar essa informação clara para os consumidores, pois esse conhecimento pode impactar negativamente as vendas.
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Fonte: folhavitoria