Zootopia 2 chega aos cinemas carregando uma expectativa enorme: como continuar um dos maiores sucessos da Disney moderna sem perder sua essência? A resposta é simples: evoluindo. A animação de 2025 não apenas honra o legado do primeiro filme, como também amplia o universo, aprofunda temas sociais e entrega uma história surpreendentemente madura, tudo sem abandonar o humor, o carisma e a identidade visual que tornaram esse mundo tão amado.
Zootopia 2 prova, desde os primeiros minutos, que a Disney ainda é capaz de entregar uma obra de arte quando escolhe caprichar.
Índice da Review de Zootopia 2
Uma sequência que expande o mundo e amadurece os personagens

O filme retoma diretamente os eventos do primeiro Zootopia. Agora, Judy Hopps e Nick Wilde trabalham oficialmente como parceiros na polícia, uma dinâmica que continua ótima, mas ganha novos tons de complexidade emocional e psicológica.
A trama gira em torno do caso de Gary, a Cobra, um réptil acusado de roubar um artefato extremamente valioso para Zootopia. O que parecia uma investigação simples se transforma em uma avalanche de revelações sobre o passado da cidade, desigualdades históricas e conflitos entre espécies marginalizadas e a elite dominante.
A história cresce de forma orgânica, ficando maior e mais séria a cada ato. A narrativa nunca subestima o público: ela aborda apagamento histórico, preconceito estrutural e elitismo com clareza surpreendente, mas sem perder a leveza e o humor característico da franquia.
Zootopia 2 é uma fábula moderna que entende o mundo real, e consegue explicá-lo por meio de animais antropomórficos sem parecer artificial.
Gary, a Cobra e a força da crítica social

Assim como o primeiro filme discutia preconceito e estereótipos, Zootopia 2 vai além ao mostrar como a sociedade constrói narrativas para excluir grupos inteiros. Aqui, os répteis são os oprimidos, vistos como monstros perigosos, ignorados pela história oficial e apagados da memória coletiva.
A introdução de Gary é um dos grandes acertos da continuação. Ele não é apenas um coadjuvante, mas a peça chave para amarrar a metáfora social do longa. Sua luta para provar que sua espécie não é aquilo que a elite pintou é emocionante e muito atual.
A família Lynxley, representando a nobreza felina, complementa essa crítica com perfeição: simbólica, mas jamais caricata demais. A mensagem é clara, forte e extremamente necessária: Zootopia foi construída às custas de quem nunca recebeu reconhecimento.
Judy e Nick brilham, e evoluem

A dupla continua sendo o coração pulsante da franquia. Por mais que a história seja grande, densa e cheia de camadas, Judy e Nick são o fio condutor emocional.
Zootopia 2 acerta ao retratar de forma madura a relação dos dois. Há química, há parceria, há cumplicidade, e há conflitos reais. Eles têm falhas, discordam, cometem erros e precisam resolver problemas que vão além do físico: são questões emocionais, psicológicas e até profissionais.
Algumas cenas funcionam quase como uma “terapia de casal”, mostrando que, mesmo sem romance confirmado, eles entendem reciprocamente em um nível muito profundo. É um desenvolvimento que respeita a inteligência do fã.
Humor vivo, criativo e livre do cansaço das últimas produções da Disney

Mesmo abordando temas densos, Zootopia 2 é extremamente divertido. O timing cômico funciona, as piadas fluem naturalmente e o filme está cheio de momentos hilários que lembram os melhores tempos da Disney.
A criatura preguiça no volante? Ainda genial. As expressões de Nick? Ainda um show à parte. As situações policiais absurdas? Maravilhosas. A direção acerta precisamente ao equilibrar humor e drama sem que um anule o outro.
Visual impecável e uma direção de arte que impressiona

Zootopia 2 é absurdamente lindo. Os ambientes são grandes, vivos, cheios de detalhes e carregados de personalidade. A Disney criou um mundo tão rico que realmente dá vontade de morar dentro dele.
As novas regiões exploradas mostram que o potencial do universo é gigantesco, há sistemas urbanos, áreas rurais, arquitetura baseada em diversas espécies e interações visuais que enriquecem a imersão.
E sim, os easter eggs e referências internas da Disney continuam presentes. Alguns são discretos, outros mais diretos, mas todos adicionam carisma ao filme. A estética é tão bem construída que você realmente acredita em Zootopia como uma cidade viva.
O caso policial é ótimo… mas o terceiro ato falha no ritmo

O filme acerta em praticamente tudo, mas tropeça um pouco no ritmo do último ato.
O clímax é excelente em história, mas a direção escolhe torná-lo mais arrastado, o que pode quebrar parte da tensão acumulada. É rápido demais em alguns momentos, lento demais em outros, não o suficiente para prejudicar a experiência, mas perceptível.
Em compensação, o final é fortíssimo. Emocional, simbólico e poderoso, deixando um recado que ecoa nos créditos que, aliás, têm cenas adicionais imperdíveis. Não saia do cinema sem vê-las.
Veredito: Zootopia 2 é uma das melhores animações modernas da Disney

Zootopia 2 é um triunfo. Visualmente espetacular, narrativamente madura e emocionalmente envolvente, a sequência consegue superar o original em vários aspectos e reafirma o potencial gigantesco desse universo antropomórfico tão rico. A Disney finalmente acerta novamente, e de forma grandiosa.
É um filme que fala com adultos e crianças, que encanta, diverte, emociona e provoca reflexão.
E mais importante: abre portas para novas histórias, novos personagens e mais aventuras de Judy e Nick.
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