Quando Painkiller foi lançado em 2004 pelo estúdio polonês People Can Fly, o gênero FPS já vivia sob a sombra de franquias consagradas como Half-Life e Doom. Ainda assim, o jogo conseguiu algo raro: capturar o espírito dos atiradores clássicos e elevá-lo com um toque de insanidade e estilo gótico.
E hoje, falaremos sobre o mais novo lançamento dessa franquia, lançado nesse ano de 2025, da 3D Realms, selo da editora Saber Interactive, e da desenvolvedora Anshar Studios. Diferente de remakes que tentam reinventar tudo, Painkiller (2025) aposta em um retorno à essência, um FPS de ritmo acelerado, intenso, sangrento e absolutamente infernal.
A ideia aqui não é competir com os grandes shooters cinematográficos de hoje, mas sim lembrar por que o gênero conquistou tantos fãs no passado: tiroteios puros, hordas demoníacas e um protagonista que não tem tempo para pensar, apenas para matar.
Índice da review de Painkiller (2025).
O retorno de um clássico do caos

Mais de duas décadas após o lançamento do título original, Painkiller retorna em 2025 com uma proposta ousada: reviver a brutalidade arcade dos shooters de arena, mas agora com o poder da nova geração e uma narrativa mais sombria e cinematográfica. O jogo chega ao PlayStation 5, Xbox Series X/S e PC, prometendo trazer de volta o que os fãs mais amavam, e adicionar uma camada moderna de profundidade e estilo.
Desde o primeiro trailer, ficou claro que esse não seria apenas um remake ou reboot qualquer. O novo Painkiller (2025) assume a essência de seu antecessor, mas a veste com tecnologia de ponta em uma Unreal Engine 5, mecânicas aprimoradas e um tom gótico intenso, lembrando o peso narrativo de jogos como Doom Eternal e Remnant II. A pergunta é: o inferno voltou com tudo ou ficou preso no passado?
Um pacto sombrio refeito

A história de Painkiller (2025) começa com Daniel Garner, novamente preso em um limbo entre o céu e o inferno. Depois dos eventos caóticos que deixaram o mundo mergulhado em trevas, Daniel é forçado a fazer um novo pacto, desta vez, com um anjo caído que promete libertá-lo se ele destruir as legiões demoníacas que ameaçam o equilíbrio entre os planos.
O enredo é mais cinematográfico e estruturado do que nunca. A narrativa agora é contada através de cutscenes com captura de movimento, vozes dubladas com emoção e uma direção de arte pesada e atmosférica.
A ambientação mistura ruínas góticas, catedrais distorcidas, cemitérios apocalípticos e cidades destruídas, tudo com um estilo artístico inspirado em pinturas renascentistas e terror cósmico.
Embora a história ainda sirva principalmente como plano de fundo para a ação frenética, ela é muito mais presente e envolvente que nos jogos antigos, oferecendo uma progressão narrativa que prende o jogador e motiva cada batalha.
Brutalidade e ritmo: o DNA intacto

Se há algo que a Saber Interactive acertou precisamente, foi em preservar o ritmo visceral que definiu Painkiller. O combate continua rápido, caótico e incrivelmente satisfatório, mas agora com um peso moderno nas armas e uma sensação de impacto aprimorada.
A estrutura das fases mantém a essência do original: arenas interligadas por breves explorações, onde o jogador precisa eliminar hordas de inimigos antes de prosseguir. No entanto, cada arena agora possui elementos dinâmicos; armadilhas ambientais, demônios de elite e objetivos secundários que recompensam o jogador com upgrades temporários.
As armas são o coração pulsante da experiência. O Painkiller clássico, um canhão giratório com lâminas espirituais, retorna como a assinatura do jogo, acompanhado de novos arsenais demoníacos como a Harvester, uma foice de energia que drena almas, e o Soul Reaver, um rifle etéreo que canaliza o sofrimento das vítimas para aumentar o dano.
Cada arma possui disparos alternativos únicos, incentivando experimentação. É um festival de sangue e partículas, com combinações devastadoras e fluidez impecável.
Inteligência demoníaca e arenas infernais

Os inimigos também receberam uma reformulação completa. O novo Painkiller apresenta inteligência artificial adaptativa, com inimigos que reagem às armas do jogador, formam grupos táticos e usam o cenário a seu favor. As batalhas deixam de ser apenas “massacres de zumbis” e se tornam confrontos estratégicos, exigindo atenção constante.
As arenas são um espetáculo à parte: desde monastérios abandonados banhados por sangue, até ruas futuristas em chamas, tudo é meticulosamente desenhado para criar ritmo, verticalidade e tensão. A trilha sonora, uma mistura de metal industrial, coros angelicais e batidas eletrônicas, amplifica cada confronto, lembrando as melhores composições de Mick Gordon em Doom Eternal.
A progressão entre arenas também está mais integrada: agora há missões opcionais, chefes ocultos e portais secretos que revelam fragmentos do passado de Daniel, expandindo o lore e recompensando jogadores curiosos com novas armas ou habilidades.
Um inferno belo e terrível

Visualmente, Painkiller (2025) é impressionante. Construído na Unreal Engine 5, o jogo exibe iluminação volumétrica de tirar o fôlego, reflexos em tempo real e modelos grotescamente detalhados que beiram o fotorrealismo. As texturas das criaturas, carne, osso e sangue, são quase palpáveis, o que dá um realismo perturbador às batalhas.
Os efeitos de partículas e destruição estão entre os melhores do gênero. Cada tiro, cada explosão, cada corpo despedaçado contribui para a sensação de caos controlado que define Painkiller. Rodando a 60 FPS estáveis nos consoles e com suporte a DLSS 3 no PC, o desempenho é sólido, mesmo nas arenas mais intensas.
No entanto, há quedas ocasionais de frame em cenas com muitos inimigos e partículas simultâneas, nada grave, mas perceptível. O modo foto é uma adição bem-vinda, permitindo capturar momentos cinematográficos em meio à carnificina.
Dificuldade infernal, mas justa

Painkiller sempre foi sinônimo de desafio, e a nova versão não faz concessões.
A curva de aprendizado é agressiva, principalmente nos níveis mais altos, onde o jogador precisa dominar movimentação constante, leitura de padrões e gerenciamento de recursos.
Os chefes são destaques absolutos; gigantescos, imponentes e variados. Desde demônios alados que disparam projéteis infernais até entidades colossais que deformam o cenário ao seu redor, cada um exige estratégia e precisão. Não é raro morrer dezenas de vezes até aprender o padrão correto, mas a sensação de vitória é simplesmente deliciosa.
Ainda assim, o jogo oferece opções de acessibilidade e modos ajustáveis, permitindo que jogadores casuais experimentem a campanha sem perder o ritmo da narrativa. A Saber conseguiu equilibrar o clássico “pain” do título com uma sensação moderna de progressão recompensadora.
O modo cooperativo e o fator replay

Uma das maiores surpresas do novo Painkiller é o modo cooperativo online. Três jogadores podem se unir para enfrentar hordas do inferno juntos, com progressão compartilhada e desafios exclusivos para o modo. A experiência coop é fluida, divertida e caótica, especialmente quando todos os jogadores combinam poderes e armas especiais para criar verdadeiras explosões demoníacas em cadeia.
Além da campanha principal, o jogo traz modos extras como:
- Horde Mode: sobrevivência infinita com dificuldade progressiva.
- Trials of Pain: desafios semanais com modificadores aleatórios.
- Photo Hunt: um modo de exploração narrativa onde o jogador coleta memórias e artefatos.
Esses extras aumentam o fator replay e consolidam Painkiller (2025) como um dos shooters mais completos do ano.
Trilha sonora: o som do inferno

Se o visual impressiona, o áudio é simplesmente devastador. A trilha sonora composta por Mick Gordon e Jesper Kyd (sim, a dupla dos sonhos) combina metal pesado, coral gótico e instrumentos orquestrais distorcidos. Cada faixa se encaixa perfeitamente no ritmo frenético dos combates e nas pausas contemplativas entre eles.
Os efeitos sonoros, das armas às vozes demoníacas, são densos, impactantes e tridimensionais; com fones de ouvido ou em um bom sistema de som, a imersão é total. O rugido distante de um monstro, o eco de tiros em uma catedral ou o som metálico da foice de Daniel… tudo soa vivo, ameaçador e real.
Pequenos tropeços no caminho da redenção

Apesar de suas qualidades, Painkiller (2025) não está livre de falhas. O sistema de progressão pode parecer confuso para iniciantes, com upgrades que exigem materiais específicos e menus pouco explicativos. A repetição de arenas secundárias também se torna perceptível após longas sessões, algo que o jogo tenta mascarar com variedade visual.
Além disso, embora o enredo seja mais elaborado, ele ainda carece de profundidade emocional. Daniel continua sendo um protagonista trágico, mas sem o desenvolvimento necessário para realmente cativar. Ainda assim, esses pontos são pequenos diante da grandiosidade da experiência na totalidade.
Veredito final de Painkiller (2025): O inferno vale a pena revisitar

Painkiller (2025) é um renascimento triunfante de uma franquia que parecia perdida nas sombras. Com combates intensos, direção artística impecável e uma atmosfera gótica arrepiante, o jogo prova que ainda há espaço para shooters puros em meio à saturação de títulos genéricos.

Ele respeita suas origens, mas não tem medo de evoluir, e o resultado é um espetáculo brutal, sangrento e absurdamente divertido. Mesmo com pequenos tropeços, é impossível não se empolgar com cada confronto, cada riff metálico e cada novo demônio despedaçado. Painkiller voltou, falhando ali e aqui, só que mais feroz e infernal do que nunca.
Conteúdos do Portal Viciados de Painkiller (2025)
Além da nossa review completa do game, você também pode conferir outros conteúdos de Painkiller publicada por nós:
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- Painkiller chega ao PS5, Xbox Series e PC; Saiba os principais detalhes
Agradecemos ao pessoal da TheoGames e Saber Interactive’s 3D Realms pelo envio da key para a criação de conteúdos e de nossa review!
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