Após um longo período de espera, Ghost of Yotei finalmente foi lançado no último dia 2 de outubro para PlayStation 5. O novo trabalho da Sucker Punch impressiona, colocando o console para mostrar todo o seu potencial com visuais de cair o queixo. Mas será que ele consegue superar o clássico Ghost of Tsushima? Confira todos os principais detalhes, técnicos e de gameplay, em nossa review, sem spoilers da trama principal!
Índice da review de Ghost of Yotei
Como Ghost of Yotei foi executado no PS5?
Para nossos testes, foram utilizados os três modos disponíveis na versão base do PS5: Qualidade, Desempenho e Ray Tracing, porém, predominantemente, o modo Desempenho, por equilibrar qualidade com fluidez, leva o ponto e segue como escolhido para toda a gameplay. O PlayStation 5 está conectado a um monitor LG Ultragear de 24 polegadas, de resolução 2560×1440, com HDR10 e 144Hz de taxa de atualização.

Desempenho e qualidade de imagem incríveis no PlayStation 5
Quando o assunto é desempenho e qualidade gráfica, Ghost of Yotei dá uma verdadeira aula de estabilidade e otimização. No modo Qualidade, o jogo roda em 4K nativo com taxa estável de 30 quadros por segundo, entregando uma imagem com resultado final impressionante. O mesmo vale para o modo Ray Tracing, que aprimora sombras e iluminação sem comprometer o desempenho, mantendo os mesmos 30 quadros.
Já o modo Desempenho aposta em uma resolução dinâmica, variando de 1440p até 1080p, mas garantindo 60 quadros por segundo na maior parte do tempo. As oscilações de FPS são mínimas, com frametime estável e sem quedas bruscas, oferecendo uma experiência fluida e responsiva, sendo, para mim, a melhor experiência de Ghost of Yotei no PS5 base, pode confiar, que vai estar lindo e com um desempenho perfeito. Só um lembrete, as cutscenes são a 30 quadros por segundo.
A qualidade de imagem, mesmo no modo Desempenho, impressiona. Não há uma grande diferença em qualidade de texturas, folhagens ou sombras por exemplo, apenas ficando um pouco mais borrado por conta da resolução mais baixa, mas ainda sim, apresentando um resultado lindo. Fizemos um comparativo destes modos, e você confere agora:

A diferença entre os modos é extremamente sutil. Do modo Ray Tracing para o modo Qualidade, as mudanças são perceptíveis apenas em detalhes mais finos, como a iluminação e as sombras de contato. Um bom exemplo é a vegetação próxima às poças d’água, onde a iluminação com traçado de raios apresenta uma definição ligeiramente superior.
Já a transição do modo Qualidade para o modo Desempenho é mais evidente somente na resolução de imagem, que se torna um pouco mais suave, ou “borrada”, devido ao uso da resolução dinâmica. Ainda assim, a diferença é pequena e dificilmente perceptível durante a jogatina.
Em qualquer um dos modos, o uso do HDR melhora ainda mais a experiência, pois não é somente uma elevação de brilho, mas um aprimoramento geral na imagem, incluindo vibração e contraste. Nos testes realizado, este recurso ficou ativado, garantindo uma experiência muito boa, mesmo em uma tela com painel IPS.

Ghost of Yotei e o DualSense
Aproveitando todo o potencial do PS5, Ghost of Yotei oferece uma das experiências mais impressionantes de imersão com o DualSense, e vou destacar algumas. Logo na abertura, durante a vinheta da PlayStation Studios, o controle vibra de forma sutil, simulando o movimento da luz pelo corpo do controle, como se o brilho estivesse realmente passando pela sua mão.
Mas não é só na introdução que Ghost of Yotei brilha na integração com o DualSense. Logo no início, o jogo apresenta a forja, o local onde podemos aprimorar ou criar novas espadas. Para moldar o metal, o jogador precisa movimentar o controle para cima e para baixo, simulando o ato de martelar, o que torna o processo muito mais imersivo.
Durante os acampamentos, a interação continua surpreendente. Para acender a fogueira, basta riscar uma pedra incendiária com um gesto para cima no touchpad do controle. E se quiser aumentar as chamas, o jogo oferece duas opções: pressionar e segurar o botão R2 ou assoprar o microfone do DualSense, uma mecânica que reforça a imersão de forma criativa.

Além disso, temos a abertura do jogo, onde conhecemos os Seis de Yotei. Nesse momento, precisamos traçar os caracteres em shodō, a caligrafia tradicional japonesa, para escrever os nomes na faixa, como se fosse a lista negra de Atsu. Até para tocar o shamisen é pelo touchpad, lembrando muito The Last of Us Part 2.
Até mesmo o uso do arco e flecha merece destaque. Ao mirar com o L2, o gatilho permanece leve, sem resistência. No entanto, assim que preparamos o disparo, o controle transmite a tensão da corda sendo esticada, criando uma sensação realista e imersiva.
Ambientação e enredo
Em Ghost of Yotei, somos transportados para o vasto universo de Ezo (Hokkaido), palco da jornada de redenção e vingança de Atsu. Em termos de ambientação, cada cenário impressiona pela riqueza de detalhes e dinamismo, funcionando como uma clara evolução do mundo repleto de folhas, partículas e vida apresentado em Ghost of Tsushima.
Cada canto do mapa foi projetado para transmitir vida, proporcionando uma imersão completa em cada exploração, principalmente no paralelo de tempo com Atsu criança. Seja ao atravessar planícies repletas de diferentes tipos de grama, flores e animais, ou ao visitar vilarejos cheios de atividades, o mundo de Ghost of Yotei convida à descoberta. Nesses povoados, é possível encontrar missões secundárias que rendem recompensas, além de NPCs com quem se pode interagir e conhecer melhor o universo do jogo.
Falando nas planícies, durante suas andanças você vai topar com os “Foras da Lei de Yotei”, um pessoal nada amigável que costuma andar em bando, e que, ao derrotá-los, você pode libertar inocentes e conseguir informações valiosas para sua missão de vingança, ou você também pode descer a espadada nos inocentes e seguir sua vida normalmente.

Além de encontrar inocentes sendo reféns destes grupos, o enredo de Ghost of Yotei ainda te mostra uma mecânica de dominação de acampamentos que estão sob o comando de Lorde Saito. Essa mecânica lembra muito Far Cry 4, e o domínio de postos avançados. A cada acampamento dominado, Saito fica ciente, e o enredo vai se desenrolando (sem spoilers por aqui!).
Antes de começar a falar sobre o enredo, as missões secundárias são um ponto que precisamos debater, pois, quando começamos a interagir com todo o universo, ficamos animados e vamos logo fazendo diversas. Porém, elas acabam sendo um pouquinho repetitivas, e não te trazem tantas recompensas assim. São legais no começo, mas acabam ficando maçantes por serem basicamente o mesmo conteúdo.
Partindo para o enredo, há muitos pontos que merecem destaque, mas, para evitar spoilers, vamos falar de forma mais geral. A história de Atsu é intensa e emocional: após presenciar a morte de seus pais e de seu irmão, ela própria é dada como morta, passando a ser vista como uma Onryō, um fantasma. Acompanhar sua jornada em busca de vingança e redenção é quase como assistir a um grande filme samurai, cheio de dor, propósito e beleza.

O enredo mergulha em temas profundos como o trauma, a vingança e a corrupção da alma humana. A sede de vingança de Atsu é o que move toda a narrativa, moldando cada passo de sua jornada. O que começa como uma simples busca por justiça logo se transforma em uma luta intensa e brutal, revelando o peso e as consequências de seus próprios atos.
É difícil colocar em palavras a complexidade da trama de Ghost of Yotei, mas a Sucker Punch mais uma vez prova sua capacidade de criar histórias densas e cheias de significado. No entanto, achei que o enredo mesmo sendo incrível, de uma maneira geral, tende a ficar um pouco repetitivo em algumas partes.
E, sim apesar das comparações inevitáveis, o jogo não tem ligação direta com Ghost of Tsushima, sendo um projeto completamente novo. Por curiosidade, os eventos de Ghost of Yotei acontecem cerca de trezentos anos após os de Tsushima.

Gameplay e combate
Um dos pontos mais altos de Ghost of Yotei está em sua gameplay e no sistema de combate. As mecânicas são, ao mesmo tempo, simples e desafiadoras, não basta sair por aí brandindo a espada sem pensar. Cada confronto exige técnica, precisão e reflexos rápidos, já que os inimigos são letais e não perdoam erros.
Você consegue ir aprimorando sua habilidades em altares específicos pelo mapa, já que Atsu possui árvores de habilidades, que vão te ajudar e muito conforme o jogo vai se desenrolando e tudo passa a ser ainda mais complexo. Há partes do enredo que te ensina algumas técnicas novas, visando melhorar sua força empunhando uma espada, ou katanas duplas, que são perfeitas para o combate.
No entanto, o combate não se limita a espadas, já que você consegue usar arco e flecha, com mais de um tipo das mesmas, e até mesmo uma espécie de fuzil de pederneira, ampliando seu arsenal.

A gameplay por si não se limita a ficar por aí descendo a espadada em todo mundo, você pode tocar seu shamisen, herdado de sua mãe, sendo uma boa lembrança do passado; sair cavalgando pelas planícies atrás de flores para aprimorar o visual da sua armadura e máscaras, e aproveitar o modo foto, que é um dos mais completos dos lançamentos recentes do PS5, o qual exploramos nesta matéria.
Além disso, como comentei mais acima, há missões secundárias no mapa, que aumentam o tempo de gameplay, porém, são um tanto quanto mais simples e podem ficar um pouco cansativas, além de serem mais previsíveis do que o enredo com as missões principais.
Trilha sonora
Ghost of Yotei apresenta uma trilha sonora / ambientação sonora muito boa. Desde o menu para iniciar o jogo do PlayStation 5, até os grandes combates, tudo encaixa perfeitamente, as melodias vão de algo mais suave e melancólico até algo mais bruto e intenso, mostrando a complexidade, emoção e densidade daquela cena.
A parte que transaciona entre o passado feliz e o presente revirado, faz tudo ganhar um peso emocional maior graças a trilha sonora, que vai se adaptando.
Durante meus testes, utilizei duas caixas de som, com alto falantes de 6 polegadas emborrachados, de uma central de áudio (mini-system) da Samsung, ligados pelo cabo RCA/Aux no monitor, e a experiência foi um equilíbrio de profundidade, graves, médios e agudos. Detalhe para o Dolby Audio ativado no PS5.

Localização e dublagem
Ghost of Yotei chegou ao mercado brasileiro 100% localizado, ou seja, com legendas e áudio em português. A qualidade da dublagem é excepcional, bem como a parte da localização para o nosso idioma.
Você ainda pode jogar em japonês e ativar as legendas em português, sendo uma das configurações que podem ser feitas logo ao iniciar o jogo pela primeira vez, ou pelo menu de áudio.
Visão geral, opinião e nota para Ghost of Yotei
Ghost of Yotei é, sem sombra de dúvidas, um dos melhores jogos do PlayStation 5 em 2025, e um forte candidato ao prêmio de Jogo do Ano. A forma como o título equilibra todos os seus elementos é impressionante, desde o enredo profundo, que vai muito além de uma simples história de vingança, explorando temas como memória, perda e redenção, até os belíssimos cenários cheios de vida, que entregam uma imersão visual e emocional de tirar o fôlego.
Minha única crítica fica para as missões secundárias, que acabam se tornando um tanto repetitivas e previsíveis em comparação com o restante da experiência. Ainda assim, isso não chega a prejudicar o conjunto da obra. Vale destacar também que Ghost of Yotei não é uma sequência direta de Ghost of Tsushima, mas um novo projeto com identidade própria, que consegue brilhar em diversos momentos, mesmo que, em alguns trechos, soe um pouco mais contido do que o esperado.
Recomendo? Sem dúvidas! Ghost of Yotei é uma jornada marcante, intensa e digna de estar entre os grandes nomes do ano. Logo, a nota para Ghost of Yotei é um belo 9.2: Um dos melhores jogos de 2025 para o PlayStation 5! A nota fica mais baixo pelos elementos que citei.

Conteúdos do Portal Viciados de Ghost of Yotei
Além desta review, fizemos mais diversos conteúdos originais sobre o lançamento da Sucker Punch, os quais você confere logo abaixo:
- Ghost of Yotei eleva o padrão com um dos modos foto mais completos do PS5
- Ghost of Yotei: O que é, e o que representa o shamisen, a alma musical do jogo
- Ghost of Yotei tem Ray Tracing no PlayStation 5 base?
- Ghost of Yotei: quem são Kurosawa, Miike e Watanabe, os mestres por trás dos estilos no jogo
Agradecemos ao pessoal da PlayStation Brasil e SiE (Sony Interactive Entertainment) pelo envio da key para a criação de conteúdos e de nossa review!
Confira também: Ghost of Yotei tem Ray Tracing no PlayStation 5 base?
Deixe sua opinião nos comentários abaixo! Gosta do Portal Viciados? Contamos com o seu apoio! Para receber atualizações, siga-nos no Google Notícias, WhatsApp e Telegram. Também faça parte da discussão no Facebook, X e Instagram!