Crysis foi um dos maiores lançamentos de 2007 para os PCs, onde a poderosa Crytek Engine era capaz de entregar gráficos incríveis e muito avançados para a época, tanto que o diretor do jogo afirmou que os computadores daquela época, não conseguiam rodar direito. Com isso, por que Crysis não rodava nos computadores da época?
Por que Crysis não rodava nos PCs de 2007?
Crysis em seu lançamento, foi um game muito a frente de seu tempo. A CryEngine 2 apresentou gráficos incríveis, com sombras de altíssima qualidade, texturas com alta resolução, física avançada, reflexos detalhados e muito mais:
- Iluminação dinâmica em tempo real: Diferente de muitos jogos da época que usavam luzes “pré-renderizadas” (baked lighting), o CryEngine 2 utilizava um sistema que calculava a iluminação em tempo real. Isso demandava muito da GPU.
- Shaders avançados: Crysis foi um dos primeiros jogos a usar amplamente os shaders, como mapeamento de deslocamento (displacement mapping) e shaders de água realistas. Isso aumentava o realismo, mas drenava recursos das GPUs.
Porém, isso foi um desafio para os computadores da época. A equipe do Digital Foundry montou um computador da época para fazer os testes, e a configuração era:
- Processador: Intel Core 2 Quad Q6600 – 4 núcleos e 4 threads – 2.4GHz
- RAM: 8GB de RAM DDR2 800MHz
- GPU: Nvidia GeForce 8800 GT – 512MB
E o resultado é uma gameplay em 1182×665, com detalhes no muito alto, e rodando a menos de 30 quadros por segundo.
Em 2007, o hardware disponível para consumidores simplesmente não conseguia acompanhar as ambições técnicas da Crytek. Muitos PCs tinham processadores de dois núcleos (dual-core), enquanto Crysis já aproveitava processadores de múltiplos núcleos e exigia grande poder de cálculo. Processadores como o poderoso Core 2 Quad Q8400, só seria lançado anos depois.
Além disso, as GPUs da época, como a NVIDIA GeForce 8800 GTX ou a ATI Radeon HD 2900, ainda que avançadas, mal conseguiam rodar o jogo em configurações altas, especialmente em resoluções acima de 720p.
A Crytek projetou Crysis pensando no futuro do hardware, o que era um movimento ousado, mas arriscado. Eles imaginaram que os PCs de alto desempenho lançados nos próximos anos rodariam o jogo sem problemas, o que acabou se provando correto. Em 2010, com GPUs mais poderosas e CPUs com mais núcleos otimizadas, Crysis finalmente começou a rodar “bem” no hardware de ponta.
Como isso afeta os jogos atuais?
O legado técnico de Crysis ainda é sentido na indústria de jogos, mas também serve como lição de design. Hoje, desenvolvedores se esforçam para equilibrar inovações tecnológicas com acessibilidade.
Com isso, surgem alguns pontos:
- Escalabilidade gráfica: Jogos modernos, como Cyberpunk 2077, implementam opções de configuração gráfica mais abrangentes para que rodem em uma variedade de hardware, desde PCs modestos até máquinas de última geração.
- Uso eficiente de hardware: Desenvolvedores agora têm acesso a APIs como DirectX 12 e Vulkan, que ajudam a extrair mais desempenho do hardware disponível, algo que a CryEngine 2 não fazia tão bem.
- Ray tracing e DLSS: Tecnologias modernas, como o ray tracing (traçado de raios) e o DLSS (Deep Learning Super Sampling), permitem gráficos realistas sem sacrificar tanto o desempenho.
- Jogos cross-gen: Hoje, os jogos são projetados para funcionar em múltiplas gerações de hardware, como PS4 e PS5, ou até mesmo o Series X e o Series S, o que força os desenvolvedores a otimizar melhor seus jogos para plataformas menos poderosas.
Crysis foi um marco por sua ambição gráfica e tecnológica, mas sofreu com a falta de otimização para o hardware da época. Apesar disso, ele influenciou a maneira como jogos são desenvolvidos e otimizados hoje, trazendo um equilíbrio entre inovação e acessibilidade.
Confira também: Xbox | Jornalista comenta que 2025 pode ser um grande ano para os consoles da Microsoft
Gosta do Portal Viciados? Contamos com o seu apoio! Para receber atualizações, siga-nos no Google Notícias. Também faça parte da discussão no Facebook, Twitter (X) e Instagram!
Fonte: Digital Foundry