Lei Loot Boxes | Quais jogos serão afetados pela proibição de loot boxes no Brasil em 2026?

Descubra quais jogos serão afetados pela lei que proíbe loot boxes no Brasil. FIFA, Fortnite, Counter-Strike e games mobile têm até março de 2026.

Por: Guilherme Bravo - Co-fundador do Portal Viciados
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Com a nova lei sobre Loot Boxes do Estatuto Digital da Criança e do Adolescente no Brasil, já sancionada pelo presidente Lula, chegou a hora de entender na prática quais games vão ter que se adaptar ou simplesmente sumir do radar dos menores de idade. E pode apostar que a lista é bem extensa, incluindo desde blockbusters até a grande maioria esmagadora, jogos para celulares.

A partir de março de 2026, quando a lei entrar em vigor, qualquer jogo com sistema de loot boxes só poderá ser acessado por maiores de 18 anos no Brasil. Isso significa que grandes franquias terão que escolher; ou removem completamente essas mecânicas, ou implementam verificações rígidas de idade.

FIFA e EA FC: o maior impacto da nova lei sobre loot boxes

FIFA e EA FC: o maior impacto da nova lei sobre loot boxes

Se tem uma empresa que vai sentir o impacto é a Electronic Arts (EA). O Ultimate Team, tanto do FIFA quanto do novo EA FC, é praticamente baseado na compra de pacotes aleatórios de jogadores, exatamente o que a lei define como “caixas de recompensa”. Isso na prática significa:

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  • Packs de ouro, prata e bronze vão ter que desaparecer para menores
  • O modo FUT pode se tornar +18 no Brasil
  • A EA vai precisar criar versões alternativas ou sistemas de verificação rigorosos

Boa parte da base de jogadores de futebol no país é composta por crianças e adolescentes. A empresa vai ter que repensar completamente a monetização desses títulos ou aceitar perder uma fatia significativa do público brasileiro.

Battle royales e shooters: Fortnite, CS2 e companhia

O cenário dos jogos de tiro também vai passar por mudanças significativas. Vamos ver caso a caso como cada um será impactado:

Fortnite (Epic Games): Embora o jogo da Epic já tenha migrado para um modelo de loja direta em boa parte, ainda existem elementos aleatórios em alguns pacotes e eventos especiais. O Fortnite pode precisar ajustar completamente esses sistemas.

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Counter-Strike 2 (Valve): As famosas caixas de armas e skins são o coração da economia do jogo. A Valve já enfrentou problemas similares em outros países europeus e pode ter que implementar mudanças drásticas ou aceitar a classificação +18.

Apex Legends (EA): Mais uma dor de cabeça para EA. As caixas de apex e eventos especiais com itens aleatórios vão precisar ser completamente repensadas ou o jogo vira adulto apenas.

Overwatch 2 (Blizzard): O sistema de caixas de itens cosméticos vai ter que ser adaptado ou removido para manter o acesso aos menores.

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Jogos mobile: o setor mais afetado pelas mudanças da lei contra Loot Boxes

Jogos mobile: o setor mais afetado pelas mudanças

Se tem um segmento que vai virar de cabeça para baixo são os jogos mobile. A maioria dos games gratuitos do celular usa sistemas gacha (tipo de loot boxes muito popular) como principal fonte de receita. Confira a lista de jogos que vão precisar se adaptar drasticamente:

Free Fire: As caixas de armas e skins são parte central da monetização. Vai ter que repensar todo o modelo.

Genshin Impact: O sistema gacha de personagens e armas é a base do jogo. Pode virar +18 ou criar uma versão brasileira adaptada.

PUBG Mobile: Caixas de itens cosméticos e de armas vão precisar ser removidas ou reformuladas.

Clash Royale: O sistema de baús com cartas aleatórias vai ter que ser completamente modificado.

Pokémon GO: Embora menos óbvio, alguns elementos de recompensas aleatórias podem ser afetados.

O problema é que muitos desses jogos foram construídos inteiramente em torno dessas mecânicas. Não é só tirar uma funcionalidade, é refazer o modelo de negócio completo.

Como as empresas vão se adaptar no Brasil?

As desenvolvedoras têm algumas opções na mesa, e cada uma vai escolher o caminho que fizer mais sentido para o seu negócio:

Verificação de idade rigorosa: A lei proíbe autodeclaração, então seria necessário implementar sistemas robustos com documentos e dados mais detalhados dos usuários brasileiros.

Versões separadas: Criar versões específicas para o mercado brasileiro, uma +18 com loot boxes e outra sem o sistema para menores.

Mudança completa do modelo: Migrar para sistemas de compra direta, como fez o Fortnite com sua loja de itens específicos.

Saída do mercado infantojuvenil: Simplesmente aceitar a classificação +18 e focar no público adulto, perdendo uma parcela significativa de usuários.

O que esperar dos próximos meses?

Até março de 2026, a expectativa para as loot boxes é de muito movimento no mercado. As empresas têm cerca de seis meses para se adaptar, e algumas podem antecipar as mudanças enquanto outras vão esperar até o último minuto.

O interessante é que a lei brasileira define muito claramente o que são “caixas de recompensa”, funcionalidades que permitem aquisição mediante pagamento de itens virtuais aleatórios, sem conhecimento prévio do conteúdo. Isso deixa pouco espaço para interpretação.

Considerando o tamanho do mercado brasileiro de games, essas adaptações podem acabar influenciando decisões globais das desenvolvedoras. Não seria surpresa ver empresas criando versões “Brasil-friendly” que depois se espalhassem para outros países com legislações similares.

A nova lei representa uma mudança de paradigma completa no mercado nacional. Agora é esperar para ver como cada empresa vai reagir e se os jogadores brasileiros vão abraçar os novos modelos que estão por vir.


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Fonte: MeuPlayStation, Planalto