Os jogos Ico, Shadow of the Colossus e The Last Guardian, criados pelo visionário japonês Fumito Ueda, formam uma trilogia marcada não apenas pela estética minimalista e narrativa sutil, mas também por uma conexão misteriosa que fascina fãs há anos.
Confira a explicação dos 3 jogos de Fumito Ueda que o nosso parceiro Bru fez de maneira detalhada para mais informações:
Apesar de suas histórias parecerem isoladas à primeira vista, um garoto tentando escapar com uma garota, um jovem enfrentando colossos para reviver sua amada e uma criança em fuga com uma criatura mística, há elementos recorrentes como arquitetura ancestral, temas de sacrifício, laços emocionais e comunicação sem palavras que sugerem um universo compartilhado.
A influência de Ueda é tamanha que inspirou até criadores como Hidetaka Miyazaki (Dark Souls), e seu novo projeto com a GenDesign, Project Robot, anunciado no The Game Awards 2024, reacendeu teorias e expectativas sobre possíveis novas conexões nesse universo. Assim, mesmo com interpretações diversas, uma coisa parece cada vez mais clara: os três títulos contam partes distintas de uma mesma grande história.
Elementos dos 3 jogos de Fumito Ueda que se conectam
Ao analisar com atenção Ico, Shadow of the Colossus e The Last Guardian, fica claro que Fumito Ueda constrói seu universo com extrema intencionalidade — nada em seus jogos está ali por acaso. Elementos recorrentes como sombras, chifres, a cor ciano, grandes estruturas e o conceito de absorção ou persuasão são peças-chave que sugerem uma ligação profunda entre as três obras.
Em Ico, o protagonista e outras figuras carregam chifres, enquanto sombras tentam capturar Yorda; em Shadow of the Colossus, o protagonista Wander ganha chifres ao absorver a essência sombria de Dormin, e essa mesma sombra emana dos colossos abatidos; em The Last Guardian, a criatura Trico e as armaduras inimigas também apresentam chifres e são movidas por sombras.
A cor ciano surge como um elemento visual que representa poder ou espiritualidade em todos os jogos, aparecendo nos olhos, nos ataques, nas armas e em artefatos importantes. Já as estruturas colossais — o castelo de Ico, o templo de Shadow of the Colossus, e a torre de The Last Guardian — desabam quando suas forças místicas são derrotadas, reforçando a ideia de que essas construções dependem de uma mesma energia vital.
Esses padrões visuais e narrativos apontam para uma entidade ou força comum por trás das três histórias, sustentando a teoria de que os jogos de Ueda compartilham um universo interligado e atemporal, onde os mesmos princípios e mitologias se repetem sob diferentes formas.
The Last Guardian
Uma teoria crescente aponta The Last Guardian como o início cronológico da trilogia, centrando-se em uma entidade sombria chamada Mestre do Vale, que utiliza tecnologia ancestral para manipular criaturas chamadas Tricos, sequestrar crianças e extrair sua energia vital. Essa energia seria usada para alimentar a própria existência da entidade e manter a imponente Torre do Ninho de pé. Inspirado por elementos do Taoísmo — com os conceitos de Yin, Yang e Qi representados pelas cores preta, branca e ciano — o universo de Ueda sugere um ciclo de luz, escuridão e espírito que atravessa seus três jogos.
Após sua queda, o Mestre do Vale teria migrado para outra terra, assumindo uma nova forma e identidade como Dormin em Shadow of the Colossus, onde continua seus planos destrutivos ao manipular seres vivos e energia mística. Derrotado novamente, seus fragmentos seriam selados em 16 colossos, até que um novo personagem, Wander, movido por amor e desespero, rompe esse equilíbrio para tentar ressuscitar Mono, dando início aos eventos de Shadow of the Colossus e plantando as sementes que germinariam no mundo de ICO.
Shadow of the Colossus
Apesar de outros andarilhos já terem tentado atravessar aquelas terras — como indicam ruínas e estruturas danificadas — apenas Wander, portando a espada anciã, consegue libertar Dormin ao eliminar os 16 colossos.
No entanto, sua vitória tem um preço alto: ao final, Dormin possui seu corpo e é novamente selado por Lorde Emon, deixando apenas vestígios da entidade nas terras e no próprio Wander, que renasce como um bebê com chifres — marcando a origem da maldição que daria sentido aos eventos de ICO. A teoria sugere que a essência masculina de Dormin foi selada com Wander, enquanto a essência feminina permaneceu viva em Mono, cuja frieza após a ressurreição indica uma possível fusão com a entidade. A destruição da ponte de acesso e o selamento final consolidam a maldição e apontam para a criação do ciclo sombrio que rege o universo de Ueda.
Ico
A alma feminina de Dormin, que havia possuído o corpo revivido de Mono, passa a existir como uma entidade mortal. Para garantir sua imortalidade, ela se torna a Rainha de ICO, perpetuando sua alma através de suas filhas em rituais que envolvem a morte e a transferência espiritual — um ciclo sombrio que pode ser observado pelas tumbas presentes no castelo e pela Espada da Rainha, que poderia ser uma evolução da Espada Ancestral, usada para realizar o processo de transferência de vida.
Paralelamente, a maldição herdada da parte masculina de Dormin segue viva, e meninos com chifres passam a nascer, sendo levados ao castelo para morrer, impedindo o ressurgimento da entidade. Um deles é Ico, protagonista do último jogo, que possivelmente representa a reencarnação de Wander, agora destinado a pôr fim à maldição que ele mesmo iniciou milhares de anos antes.
A presença de 53 sombras com chifres em ICO indica que outros garotos já foram sacrificados antes dele, e que sua luta é a última chance de quebrar esse ciclo. Com a morte da Rainha e o colapso de seu castelo — assim como vimos acontecer com a Torre de The Last Guardian e o templo de Shadow of the Colossus —, Ico escapa com a ajuda de Yorda, filha da Rainha, que muitos acreditam ser a reencarnação de Mono. Ao acordar em uma praia, Ico a reencontra, marcando um fim simbólico à maldição. Após milênios de tragédias, manipulações e sacrifícios, a essência de Wander e Mono, agora em Ico e Yorda, enfim encontra paz.
Em suma, Fumito Ueda planeja lançar mais um jogo futuramente com o codinome Project Robot e muitos querem saber se há alguma conexão com seus 3 jogos já lançados.
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