Enquanto você navegava normalmente pelo seu celular Android no Google Discover, centenas de portais de notícias perderam, da noite para o dia, mais da metade de sua audiência. E o pior: a maioria dos usuários nem sequer percebeu.
14 de abril de 2025 é uma data que ficará marcada na história da internet brasileira como “o dia do apagão do Google Discover“.
O que aconteceu no Google Discover?
Se você usa um smartphone Android ,e estatisticamente há 80% de chance de que use, provavelmente já deslizou o dedo pela tela inicial e se deparou com o Google Discover, aquele feed personalizado de notícias que fica logo ao lado da página inicial do Google.

Pois bem, ele continua lá, funcionando aparentemente normal. Mas por baixo dos panos, uma mudança drástica aconteceu.
No dia 13 de abril dezenas de sites brasileiros recebiam tráfego normal através do Discover. No dia seguinte, simplesmente sumiram do mapa. Não foi uma redução gradual, foi um corte abrupto, como se alguém tivesse desligado um interruptor.
Para entender a gravidade da situação, é preciso compreender os números. O Google Discover atinge potencialmente 162 milhões de brasileiros, praticamente todos os usuários de smartphones Android no país. Segundo dados da Anatel, existiam 190 milhões de pessoas físicas com acesso às redes 4G e 5G no primeiro trimestre de 2025.

Agora imagine que, do dia para a noite, você perde acesso a 80% desse público. É exatamente isso que aconteceu com centenas de portais brasileiros.
De acordo com o site Teleguiado, que investigou o primeiro mês do “apagão do Google Discover“, “para a maioria, porém, o corte foi súbito e integral. Sites especializados em esportes, mídia, política e economia lideram o ranking dos mais prejudicados.”
O poder invisível do Google sobre a internet

Esta situação expõe algo que muitos preferem não discutir: o poder absoluto que o Google exerce sobre o fluxo de informações na internet. Uma simples mudança de algoritmo pode determinar quais conteúdos chegam até você e quais simplesmente desaparecem.
O Portal Viciados, por exemplo, mantém canais no WhatsApp, Telegram e redes sociais para divulgar suas matérias. Mas nada se compara ao alcance do Google Discover. Sair dessa plataforma significa perder mais da metade do público, mesmo com estratégias alternativas de divulgação.
Talvez você tenha notado que os sites que aparecem no seu Google Discover não são mais os mesmos de alguns meses atrás. Agora, o feed se restringe quase exclusivamente aos grandes players do mercado, portais consolidados que já possuem audiência massiva.
Isso significa menos diversidade de fontes, menos vozes independentes e, consequentemente, menos pluralidade de informação chegando até você. É como se a internet tivesse ficado um pouco menor, um pouco mais concentrada.

Esta situação revela um problema estrutural da internet moderna: a dependência excessiva de plataformas controladas por grandes corporações. Sites que levaram anos para construir uma audiência fiel viram seu trabalho ser praticamente anulado por uma decisão algorítmica da qual não participaram.
Equipes foram reduzidas, alguns portais fecharam as portas e outros lutam para sobreviver com uma fração do tráfego que tinham antes. Tudo isso aconteceu sem explicações, sem avisos prévios, sem direito de defesa.
Do mesmo modo, esta não é uma evolução natural da tecnologia. É uma mudança de postura, uma redefinição de quem tem direito a voz na internet brasileira.
O mais preocupante: pode acontecer novamente, com qualquer site, a qualquer momento, e o pior não se restringe ao Google, pode acontecer em qualquer plataforma.
Em suma, quando uma única empresa controla o acesso a informações para 162 milhões de pessoas, qualquer mudança em seus critérios pode mudar completamente o cenário midiático nacional.
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