Ex-chefe da Sony critica jogos live-service; “Jogos de serviço não são games de verdade”

Ex-executivo da Sony, Shawn Layden, critica jogos de serviço e afirma que live service é uma 'miragem' da indústria.

Por: Guilherme Bravo - Co-fundador do Portal Viciados
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Shawn Layden, ex-executivo da Sony, causou polêmica ao afirmar que jogos de serviço “não são realmente games”. A declaração veio durante uma entrevista ao The Ringer, onde o veterano da indústria, que comandou a Sony Interactive Entertainment Worldwide Studios entre 2014 e 2019, não poupou críticas à atual obsessão das gigantes do setor por títulos como Fortnite e Overwatch.

Para Layden, a busca por jogos de serviço é como um “canto de sereia” para as publishers:

“É como uma miragem no topo de uma duna. Você persegue, mas nunca consegue chegar lá. Ou se chegar, o que você trouxe para a festa ninguém quer jogar mesmo”.

Durante sua gestão, Layden supervisionou o desenvolvimento de blockbusters single-player que definiram o PlayStation 4, incluindo God of War, Horizon Zero Dawn e Ghost of Tsushima. Agora, ele questiona abertamente a mudança estratégica que tomou conta da indústria após sua saída.

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Jogos de serviço não são “games de verdade”, diz executivo

Jogos de serviço não são "games de verdade", diz ex-executivo Sony

O ex-presidente da Sony foi categórico ao definir sua visão sobre o que constitui um jogo: “Para mim, um game precisa de três coisas: uma história, um personagem e um mundo. Horizon, God of War e Uncharted têm essas três coisas”. Já os jogos de serviço? Layden os descreveu como “dispositivos de engajamento de ação repetitiva”, deixando claro que não vê muito valor artístico nesse modelo de negócio.

“A estrada está cheia de pessoas querendo enfrentar o Fortnite, com gente tentando fazer Overwatch com skins diferentes”, disparou o executivo. E olha, ele não está errado. Basta lembrar do fracasso monumental de Concord, que fechou as portas apenas duas semanas após o lançamento em agosto de 2024, com menos de 700 jogadores simultâneos.

Após 32 anos de casa, ele decidiu cair fora quando a maré mudou. Layden revelou que sua saída da Sony em setembro de 2019 teve tudo a ver com essa guinada estratégica:

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“A empresa estava tomando decisões estratégicas sobre onde levar a plataforma no futuro, com grande ênfase em games como serviço, e isso não era minha praia”.

Sony recua, mas não desiste dos live service

Sony recua, mas não desiste dos live service

Em janeiro deste ano, a Sony cancelou dois jogos de serviço em desenvolvimento: um shooter militar em terceira pessoa da Bluepoint Games e um multiplayer de God of War pela Bend Studios. O Marathon, da Bungie, foi adiado indefinidamente para receber mais polimento, e segundo rumores, para tentar evitar outro desastre tipo Concord.

Mas nem tudo deu errado. Helldivers 2 vendeu mais de 19 milhões de cópias e continua forte no mercado, provando que é possível acertar nesse modelo, desde que você saiba o que está fazendo. Helldivers 2 foi desenvolvido pela Arrowhead Game Studios, que já tinha bastante experiência fazendo esse tipo de jogo.

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O atual CEO da SIE, Hermen Hulst, prometeu investir em “testes muito mais rigorosos e frequentes” após os tropeços recentes. A questão é: será que a Sony vai finalmente ouvir o conselho de Layden e voltar a investir pesado nas experiências single-player que a tornaram referência? Ou continuará apostando suas fichas na ilusão dos “grandes sacos de dinheiro chegando todo dia pelo resto da vida”?

Por enquanto, resta aos fãs aguardar e torcer para que a gigante japonesa encontre o equilíbrio certo entre inovação e tradição. Afinal, como bem lembrou Layden, pegar “um raio na garrafa” como Fortnite não é algo que se planeja, simplesmente acontece.


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Fonte: gamesradar