A Electronic Arts está pressionando seus funcionários a adotarem inteligência artificial nas tarefas do dia a dia, mas a recepção tem sido bem fria entre os desenvolvedores.
A Electronic Arts, uma das maiores publishers do mundo dos games, está enfrentando uma crise interna relacionada ao uso forçado de inteligência artificial. Segundo relatos de funcionários, a empresa tem mandado todo mundo usar IA em praticamente tudo, desde programação até arte conceitual. Só que nem todo mundo está animado com essa ideia.
De acordo com uma reportagem da Business Insider, vários funcionários da EA reclamaram do uso obrigatório de ferramentas de IA. A empresa criou um chatbot interno chamado ReefGPT, que está sendo empurrado para “basicamente tudo”. O problema? A tecnologia ainda não funciona tão bem quanto a gerência gostaria de acreditar.
IA gerando código e preocupações sobre demissões

Os desenvolvedores da Electronic Arts relatam que a IA está sendo usada para gerar código, mas o resultado exige uma baita limpeza depois. Ou seja, ao invés de facilitar o trabalho, acaba criando mais etapas no processo. Designers de níveis também foram instruídos a ensinar o bot a fazer o trabalho deles, o que gerou um medo compreensível: será que estão treinando seus próprios substitutos?
Alguns funcionários receberam até ordem de usar a tecnologia como uma espécie de “parceiro de pensamento” para aumentar a eficiência. A reportagem também citou um ex-funcionário sênior da Respawn, que acredita que sua equipe foi demitida porque a EA começou a usar IA em partes do processo de controle de qualidade, alimentando a máquina com feedbacks de testes.
Executivos da Electronic Arts defendem IA enquanto funcionários temem pelo futuro

Essas mudanças não surpreendem tanto quando a gente lembra que o CEO da EA, Andrew Wilson, tem defendido a IA desde 2023. Ele afirma que a tecnologia vai “aumentar as capacidades de nossas equipes incríveis”. Mas será que os funcionários concordam?
Vale lembrar que a EA passou por mudanças significativas recentemente. Em setembro, a empresa confirmou que seria adquirida em um acordo de US$ 55 bilhões envolvendo um grupo de investidores composto pela Silver Lake, Affinity Partners e o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita. O aspecto mais polêmico do negócio foi que incluiu uma compra alavancada, deixando a EA com cerca de US$ 20 bilhões em dívidas.

Outros executivos da indústria também têm elogiado a IA. No início de outubro, Meghan Morgan Juinio, ex-executiva de God of War, defendeu a IA generativa no desenvolvimento de jogos, argumentando que é uma ferramenta para ampliar as capacidades dos desenvolvedores.
Além da EA, outras empresas estão apostando pesado em IA. A Krafton, publisher de Subnautica 2, se comprometeu a ser uma empresa “AI-first”, pretendendo automatizar trabalhos e implementar um sistema de gestão centrado em IA. Só o tempo dirá se essa aposta vai melhorar a indústria ou prejudicar a qualidade dos games e os empregos dos profissionais.
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Fonte: gamerant



