Mark Darrah, veterano da BioWare e ex-produtor executivo da franquia Dragon Age, revelou que o estúdio fez múltiplas propostas à EA para criar uma coleção remasterizada dos primeiros três jogos da série, nos moldes do Mass Effect: Legendary Edition, mas a editora rejeitou todas as tentativas.
A informação veio à tona durante uma entrevista no canal MrMattyPlays no YouTube, onde Darrah detalhou os bastidores dessa negativa que tem deixado fãs decepcionados mundo afora.

A Barreira Financeira
De acordo com Darrah, a BioWare estava inicialmente ansiosa para recrutar uma equipe e remasterizar os jogos antigos com diversas propostas: “Vamos fazer na engine Frostbite, e então vamos encontrar uma uma equipe externa que pareça talentosa e pagar para eles fazerem um remake do Dragon Age: Origins. Havia muitas propostas em torno de ‘Existe uma forma de trazermos Dragon Age: Origins para frente?'”
Mas aqui é onde a coisa fica interessante e frustrante para os fãs. Darrah explica que “até certo ponto, os estúdios administram suas próprias finanças internamente”, sugerindo que “a posição da EA provavelmente foi: ‘Claro, vá em frente e faça isso, mas…” – ou seja, sem o respaldo financeiro necessário.
Essa postura da EA chama atenção, especialmente quando lembramos do sucesso estrondoso que foi o Mass Effect: Legendary Edition. Por que apostar numa franquia e não na outra?

“A EA historicamente tem sido, e eu não sei bem por quê, mas eles até disseram isso publicamente, meio que contra remasterizações”, responde Darrah. “É estranho para uma empresa de capital aberto ser basicamente contra dinheiro grátis, mas eles parecem ser contra. Isso faz parte. O outro problema é que Dragon Age é mais difícil de fazer do que Mass Effect; até certo ponto, inconscientemente mais difícil. Talvez só um pouquinho mais difícil, talvez muito mais difícil.”
A resposta pode estar nas complexidades técnicas, Dragon Age: Origins e Dragon Age 2 foi desenvolvido na antiga engine Eclipse, da BioWare, enquanto Dragon Age: Inquisition migrou para a Frostbite da EA. Essa mudança torna o processo de remasterização mais complicado e, consequentemente, mais caro:“O fato de Mass Effect ser feito na Unreal significa que você pode remasterizar o jogo essencialmente por dinheiro”, explica Darrah.
Além disso, desde que a BioWare reduziu seus funcionários para menos de 100, poucos funcionários estão familiarizados com a engine Eclipse. Na verdade, mesmo o Dragon Age: Inquisition que tem a maior chance de ganhar uma remasterização/remake, é improvável depois que a EA passou por uma reestruturação massiva como medida de corte de custos recentemente.
Uma Franquia em Limbo
Como todos sabemos, Dragon Age como série parece estar praticamente morta após o decepcionante… lançamento de Dragon Age: The Veilguard, que não conseguiu capturar a magia dos títulos anteriores. A recusa em apostar numa remasterização pode ser vista como mais um sinal de que a EA não está confiante no futuro da franquia.
Darrah, que trabalhou como produtor executivo nos três primeiros jogos de Dragon Age, deixou a BioWare em dezembro de 2020, junto com Casey Hudson. Sua saída marcou o fim de uma era para o estúdio canadense.

Por enquanto, fãs de Dragon Age terão que se contentar com os jogos originais ou esperar que a EA mude de ideia no futuro. Com o crescimento do mercado de remasters e remakes, talvez seja apenas questão de tempo até que alguém na editora perceba o potencial deixado na mesa.
Enquanto isso, Mark Darrah continua ativo na indústria, tendo retornado como consultor para Dragon Age: Dreadwolf (agora The Veilguard) em 2023, mostrando que sua paixão pela franquia permanece intacta.
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Fonte: tech4gamers