1000xRESIST chegou recentemente para o PlayStation 5 e Xbox Series X/S, já que seu lançamento original foi somente para PC e Nintendo Switch, e com isso, pudemos elaborar esta review, sobre um jogo que aborda temas profundos com uma trama que vai se desenrolando cada vez mais, te prendendo e muito na gameplay. E não se engane, pois como está no título, não é somente um jogo de robôs, é muito além disso.
Índice da review de 1000xRESIST
Onde 1000xRESIST foi executado e reproduzido?
Para tirar todo o proveito de 1000xRESIST, foi utilizado um PlayStation 5 Slim conectado a um monitor LG Ultragear de 24 polegadas com resolução 2K – 2560×1440 – e 144Hz de taxa de atualização, com suporte ao HDR10. Além disso a conexão foi feita com o cabo HDMI 2.1 original do PS5, e para o som, que vira e mexe comento em algumas análises, foi utilizado um cabo RCA com pontas banhadas a ouro, para reduzir interferências, ligado a um sistema de som com duas caixas dutadas com alto-falantes de 6 polegadas.

Desempenho no PlayStation 5
Logo na primeira gameplay, 1000xRESIST mostrou que sabe como se comportar no hardware de nona geração da Sony ao rodar a estáveis 60 quadros por segundo em todo o tempo de teste realizado. Não houve travamento durante cenas com mais efeitos, em transições, em nada… somente um desempenho constante e sólido.
Isso também se deve ao uso de uma resolução mais baixa. Não sei se é por conta das configurações do console, mas o jogo rodou em “somente” 1080p, porém não é um problema essa resolução, uma vez que a implementação de um anti-serrilhado está em certos pontos eficiente, corrigindo todos os serrotes na imagem em boa parte das cenas.
Explico isso melhor nos tópico dos gráficos… logo abaixo.
Gráficos e ambientação no passado e futuro
Quando falamos dos gráficos, 1000xRESIST é um dos jogos com a proposta mais diferente dos últimos anos, já que combina em algumas cenas, elementos mais realistas com reflexos dinâmicos e bonitos, e na maior parte do tempo, elementos mais ao estilo de desenho, com efeitos de granulação, bloom, desfoque de movimento e aberração cromática, que é aquele efeito de arco-íris nas bordas com iluminação. E de novo… não há suporte ao HDR.

Porém, seus gráficos contam um pequeno e persistente problema… o efeito de ghost. Em algumas cenas da gameplay de 1000xRESIST, é possível ver um grande rastro sendo deixado pelos personagens, é aquele tipo de rastro que vai sumindo com o tempo, mesmo que rápido, é bem visível e é um ponto que deixa a desejar, bem como o serrilhado em cenas com mais efeitos de distorção pelas cores.
Todos estes pontos criam uma atmosfera única para 1000xRESIST, que apresenta ambientes gigantes e ao mesmo tempo pequenos e liminares em certos quesitos. Há trechos que, pela luz, lembra muito Control da Remedy em seus primeiros estágios dentro do FBC.
A ambientação propriamente dita varia conforme as cenas. Em cenas de um passado calmo e colorido, temos todo um tom de azul e roxo pastel, mostrando em certos personagens a alegria e calmaria mesmo em um cenário pandêmico, mas ao mesmo tempo, o que era azul se torna uma escala de cinza, com memórias complexas, delicadas e caóticas, passando a quem está jogando a sensação de preocupação e ansiedade para saber ainda mais.

Porém, as cores não param, e em um futuro tenso e caótico, a escala de vermelho sangue aparece, demonstrando que houve uma confusão, mortes, e preocupação para e com todos aqueles que viviam em uma outra realidade.
Veja abaixo um carrossel de imagens do 1000xRESIST sobre a transição de tempos:
Quando pensa que acabou, a ambientação de surpreende ao elevar o nível do local em si, com espaços abertos gigantes e com elementos flutuantes que representam memórias, em sua grande maioria ruins para um lado da moeda.
Este espaços gigantes são retrato de um ambiente de lembranças, afetando todo o contexto de um passado mais calmo, antes de passar por um presente confuso, e um futuro apocalíptico e pandêmico.
O peso de seu enredo… sem spoilers!
É difícil comentar sobre o enredo de 1000xRESIST sem deixar de passar a mensagem que o jogo transmite logo no começo. Nós controlamos Iris, uma irmã da GRANDE MÃE que vem a uma Terra devastada por uma pandemia como uma Observadora, e logo nos primeiros minutos de gameplay somos bombardeados de sentimentos.

Temos uma grande passagem de emoções, já que começa com a missão de lidar com o sentimento de abandonar um posto, fazer algo que amamos, o sentimento de ceder para um bem maior e de carregar uma responsabilidade complexa, e passa para um sentimento de amizade, de separação, e depois até mesmo de traição.
O uso de lembranças faz com que todos os personagens, mesmo treinados para serem literais servos-robôs, comecem a demonstrar carinho, afeto e até mesmo ódio por tudo o que se desenrola na trama. É algo complexo de se explicar, é aquele tipo de jogo que vai te consumindo e te bombardeando de emoções ao experimentar.
Iris era somente uma menina antes desta pandemia dos Ocupantes, onde teve que deixar tudo para ir com seres em teoria protetores, mas que acabam criando suas “irmãs” à imagem e semelhança a partir de elementos em comum.

Essas irmãs se desenvolvem e cada uma recebe uma função especial em um ambiente de proteção, porém, conforme a trama vai fluindo, vemos que há uma que possui semelhanças com a GRANDE MÃE, dividindo até mesmo lembranças… só que… é um enredo denso e presente em um grande emaranhado de emoções, e determinadas ações mudam todo um mundo… e os menus do game, que ganham uma aparência pesada após uma certa parte da história.
Gameplay e mecânicas
1000xRESIST é um jogo que surpreende em diversos aspectos incluindo a sua gameplay. Durante o desenrolar das jogatinas, é possível perceber diversos detalhes minuciosos que a desenvolvedora colocou que ajudam a criar todo um peso para seu enredo, como por exemplo toda essa questão da alternância de realidades, entre o passado, presente e futuro, com cada tempo possuindo seus conflitos e alegrias.
Nas lembranças nos espaços abertos, é possível usar um método de transporte ao apertar L2, conhecido internamente como ZIP, onde ao mirar e soltar o gatilho, consegue ir avançando de maneira mais rápida.
Um detalhe que chama a atenção é na interação com o DualSense. 1000xRESIST não é um Ghost of Yotei da vida mas tem seu charme, já que interage com o led do controle, quando tudo está calmo, fica em um tom claro de azul, e quando tudo muda de figura, o led fica vermelho, indicando perigo. Além disso, a vibração do controle é dinâmica, e responde às específicas ações dentro do jogo, como o caminhar da personagem, com uma vibração mais suave.

A gameplay em certas partes é baseada em respostas que podem mudar o comportamento dos personagens e seres. É complexo e as respostas saem com um tom poético e um peso emocional, sendo de fato um jogo denso em conteúdo, bem diferente dos títulos comumente vistos.
E para descontrair, parece que a Iris usava um notebook com a plataforma Intel Core Centrino e Windows 8 ou Windows 10… essa referência foi boa!

Trilha sonora, áudio, idioma e localização
A trilha sonora de 1000xRESIST é equilibrada e sabe contrastar perfeitamente com o momento. Ela é melancólica, com um piano suave na maior parte do tempo, principalmente nas cenas do passado, mas consegue elevar seu nível de tensão com notas mais pesadas e prolongadas com as cenas mas densas do futuro caótico.
Falando da qualidade do áudio, usando fone de ouvido, ou usando as caixas de som que comentei no começo da review, é perceptível a boa qualidade dos efeitos sonoros utilizados, tanto para a trilha em si, quanto para as vozes dos personagens, e demais sons como os do menu.
Em termos de dublagem, a voz dos personagem está disponível somente em inglês, porém a localização para o português do Brasil está impecável. Junto da chegada de 1000xRESIST ao PS5 e Xbox Series, um patch com a localização PT-BR foi lançado, e melhora e muito a experiência como um todo, já que aproxima diversos termos ao contexto do Brasil.

Quer um exemplo bom disso? Em uma cena no passado, a Observadora pergunta a uma estudante de direito o motivo pelo qual estava preocupada e tensa, e ela responde sobre a dificuldade da prova da OAB, termo do contexto brasileiro. Além disso, há menções a comidas tradicionais aqui, como a rabanada; fechando o pacote, ainda há diversas gírias e abreviações.
Mesmo não sendo dublado, o trabalho de localização ficou incrível, e se assemelha a produções grandiosas como Grand Theft Auto V, e não há nenhum erro de grafia, nem nos menus ou in-game.
Visão geral e nota de 1000xRESIST
De modo geral, 1000xRESIST é um jogo que vai além do que estamos acostumados. Seu enredo aborda diversos temas profundos, desde abandonar uma vida cotidiana para em teoria salvar todo um mundo, até mesmo traição, já que a confiança foi colocada em xeque neste título conforme a história foi se desenrolando.
Seu desempenho no PlayStation 5 se mostrou impecável, não travando em momento algum e nem forçando muito a ventoinha do console, que se manteve morno em todos os testes realizados. A resolução interna do game, mesmo limitada, não prejudica em nada a gameplay, porém, o único ponto de crítica é mesmo o forte efeito de ghost em algumas cenas, é como se o FSR do computador não estivesse sabendo lidar com uma resolução baixa, granulando ainda mais a imagem e deixando um rastro no movimento do personagem.
Toda essa questão da filosofia das cores, com um passado mais calmo antes do caos sendo azul, o presente de mudança sendo colorido em algumas partes e cinza em outras, até o vermelho caótico do futuro, mostra como cada detalhe deste título foi friamente pensado para envolver o jogador na trama como um todo.

A interação do menu com as cenas do enredo é insana. Você pensa que o menu do jogo é simples… fundo preto, linhas brancas, mas conforme avança, você percebe que o menu também vai evoluindo.
A localização está perfeita, menus bem traduzidos, palavras contextualizadas, grafia e acentuação corretas, de fato bem redondinha. Seu áudio é de qualidade e não soa abafado em nenhum canal de reprodução de áudio.
No geral, 1000xRESIST fica com uma bela nota 9: Não é somente um jogo de robôs, a filosofia e peso de seu enredo marcam o jogador.

Agradecemos ao pessoal da TheoGames pelo envio da key para elaboração desta análise!
Confira também: Review de Tales of Xillia Remastered: O remaster do jogo de PlayStation 3 é tudo isso mesmo?
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