Após o anúncio surpresa de Sonic X Shadow Generations em janeiro de 2024, a comunidade de fãs de Sonic foi tomada por uma mistura de empolgação e cautela.
Muitos ainda se lembram do Sonic Colors Ultimate que não agradou tanto por conta de bugs e problemas gráficos. Com isso, a expectativa para o novo remaster de Sonic Generations, agora com a adição de Shadow, foi alta, mas também gerou algumas preocupações. Então, será que o jogo realmente entrega o que promete ou é só mais um “remaster” para aproveitar o nome e cobrar mais caro?
A resposta, após algumas horas de jogo, é um misto de melhorias bem-vindas, mas também alguns ajustes questionáveis. Vamos conferir o que realmente vale a pena nesse novo título.
Confira a review de Sonic X Shadow Generations que o nosso parceiro Bru fez de maneira detalhada para mais informações:
Campanha do Sonic: poucas mudanças, adições e polêmicas
Quando o assunto é a campanha do Sonic, o remaster mantém a essência do jogo original, mas há algumas alterações que podem dividir opiniões. As cutscenes, por exemplo, sofreram algumas modificações que podem parecer desnecessárias para quem se acostumou com os momentos clássicos. Em uma cena inicial, a Amy, que antes se mostrava obcecada pelo Sonic, agora aparece oferecendo um bolinho para ele — uma mudança que alguns acharam forçada. Em outra, a interação entre Amy e Knuckles foi suavizada, tirando um pouco do humor que caracterizava os personagens no jogo original.
Essas mudanças, embora sutis, tentam dar aos personagens uma abordagem mais “madura”, o que pode ser visto como uma tentativa de atualização do legado de Sonic. Para alguns, essa tentativa de modernização pode parecer uma tentativa de “lacração”, mas o fato é que essas alterações não afetam tanto a diversão geral.
Outro ponto que gerou discussão foi o redesenho de Rouge, cujas asas foram modificadas de forma curiosa — um detalhe que gerou risadas, mas não afeta diretamente a experiência de jogo.
Novidades e melhorias
Embora a campanha do Sonic tenha poucas alterações, o remaster traz várias novidades que aprimoram a experiência. O sistema de vidas foi removido, com a dificuldade do jogo agora se baseando em rankings e no número de retries. Essa mudança, já vista em Sonic Forces, pode agradar aos jogadores mais novos, mas para os fãs da pegada arcade dos jogos antigos, a opção de reativar o sistema de vidas está disponível nas configurações. A adição de Chaos como coletáveis durante as fases é uma melhoria interessante e que traz mais desafios para quem curte explorar os cenários.
Além disso, o Drop Dash, movimento que foi introduzido em Sonic Mania, agora está disponível para o Sonic Clássico. Para o Sonic Moderno, a novidade não é tão funcional quanto no passado, com o movimento frequentemente resultando em quedas inesperadas.
Os diálogos também passaram por algumas alterações, buscando integrar melhor os eventos de Sonic Generations com os jogos anteriores. Isso inclui referências ao Sonic CD e uma maior coesão nas falas dos personagens. O Sonic Moderno, por exemplo, agora tem falas adicionais, algo que faltava no jogo original.
Shadow: a grande atração do remaster
Agora, a estrela do show: a campanha de Shadow. Finalmente, os fãs podem viver uma história mais aprofundada com o anti-herói sombrio, algo que foi prometido por anos. No entanto, a primeira coisa que você precisa saber é que a campanha de Shadow é mais curta que a de Sonic. Enquanto Sonic já tem seu terreno bem estabelecido, a campanha de Shadow se apresenta como uma expansão que não exige muito do jogador — em termos de tempo, claro. Pode ser finalizada em cerca de três horas, com uma exploração mais profunda que pode dobrar esse tempo.
Uma das melhores adições é a adaptação da jogabilidade para o modelo Open Zone visto em Sonic Frontiers. As fases do Shadow não são 100% voltadas para a velocidade, como as de Sonic. Elas combinam exploração com seções de plataforma que fazem referência aos jogos clássicos, como Sonic Adventure. Shadow, além disso, pode usar o Chaos Control, que permite avançar mais rapidamente nas fases ou abrir novos caminhos alternativos. Essa sensação de liberdade foi um dos pontos altos da campanha.
A trilha sonora também é uma das grandes vitórias do remaster. A versão orquestrada de “All Hail Shadow” tocando no hub world do Shadow é de arrepiar. A música se encaixa perfeitamente na atmosfera e é uma bela homenagem ao legado do personagem.
Falando em legado, a campanha de Shadow também traz de volta fases de outros jogos não tão aclamados, como Sonic 2006 e Sonic Forces. A fase Kingdom Valley do Sonic 2006, em particular, se destaca, com suas seções de plataforma e cenários lindos, além de ser uma das melhores adaptações de toda a franquia. Isso faz com que a SEGA mostre que não tem vergonha de lembrar o que passou, inclusive dando uma nova chance a fases e momentos de jogos mal recebidos pela crítica.
O Sistema de Habilidades de Shadow
Shadow também ganha uma série de novas habilidades, que são cruciais para a exploração das fases. Com as Doom Spears, Doom Wings e outras habilidades, ele pode alcançar novas áreas, explorar locais secretos e ainda enfrentar desafios de formas mais dinâmicas. O destaque vai para o Doom Morph, que permite que ele nade em ambientes corrompidos, algo que nunca vimos na série. Cada uma dessas habilidades vem acompanhada de animações cinematográficas de tirar o fôlego.
Essas habilidades também são essenciais para as batalhas contra os chefes, que são bem mais longas e desafiadoras em comparação com a campanha de Sonic. As batalhas exigem mais estratégia, e os diálogos entre Shadow e os vilões, incluindo Black Doom, Mephiles e até Big, personagem amigável, enriquecem a história e o lore de Sonic Generations.
Dublagem do Shadow
A dublagem também merece destaque. O trabalho de Kirk Thornton como Shadow nunca foi tão brilhante, e a inclusão de Benjamin Diskin como Black Doom e Robbie Daymond como Mephiles adiciona uma camada de profundidade aos vilões. A performance de Thornton, em particular, faz com que o personagem de Shadow se torne mais carismático, e o tom sombrio que ele traz à voz do personagem é impecável.
Além disso, o remaster faz questão de adicionar referências a jogos passados. O retorno de Mephiles, as menções à Princesa Elise fazem o jogo um verdadeiro presente para os fãs da série, que recebem uma dose de fanservice bem executada.
Conclusão: Vale a Pena?
Alguns pontos negativos merecem ser mencionados. O principal deles é a falta de dublagem em português, um pedido antigo dos fãs brasileiros, que representam uma parte significativa da base de jogadores. Além disso, a tradução de alguns termos como “Chaos Emerald” para “Esmeralda Chaos” e “Rings” ao invés de “Anéis” poderia ser mais cuidadosa, respeitando a língua portuguesa de forma correta.
Em termos de preço, o valor de R$ 220 pela versão base e R$ 270 pela versão deluxe pode ser um obstáculo para alguns, mas quem tiver paciência para esperar promoções certamente encontrará uma oferta mais atraente.
Apesar dessas críticas, Sonic X Shadow Generations é, sem dúvida, um jogo que merece a atenção dos fãs. A SEGA conseguiu melhorar ainda mais o que já era bom, proporcionando uma experiência nostálgica, mas também cheia de inovações.
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